Os méritos de Paulistano e Mogi, semifinalistas do NBB pela 1ª vez
Fábio Balassiano
10/05/2014 01h10
Primeiro, mais cedo, o Paulistano, em casa, abriu vantagem, construiu bem o jogo, mas viu Franca reagir perigosamente na segunda etapa quando a marcação encaixou (mérito de Socas) e o ataque explodiu com Jhonathan e Paulão. Mas o time do EXCELENTE Gustavo de Conti (na foto à direita) Gustavo de Conti manteve a cabeça fria, viu Henrique Pilar, jogador de leitura de jogo acima da média, chamar responsabilidade e venceu a peleja por 86-77 para se classificar de forma inédita às semifinais. Fez 3-2 no bom time francano (escrevi mais sobre eles aqui) e agora enfrenta, também com mando de quadra, São José na semifinal.
Sobre os mogianos, dois fatores merecem ser exaltados (e ambos também estão no belíssimo texto de Luis Araujo). O primeiro é sobre o trabalho que a cidade vem fazendo com o basquete desde que retornou à modalidade em 2011. Comandado por Nilo Guimarães, que jogou e dirigiu times de Mogi, o projeto seguiu o caminho completo para chegar à elite. Milênio, Paulista, Copa Sudeste, Super Copa Brasil (e conseqüente vaga no NBB), NBB5 (na temporada de estreia, em 2012/2013 sem vaga no playoff com 11-23 de campanha) e NBB6 com vaga em playoff.
Em todos estes três anos, uma única coisa se repetiu: o carinho absurdamente fanático e fantástico da torcida que invariavelmente lotou o ginásio Hugo Ramos. E a combinação de uma cidade que ama o esporte com uma modalidade tão emocionante sempre dá coisa boa, né. É o que estamos vendo neste playoff. O time fez uma campanha não tão boa na fase de classificação (14-18), mas soube tirar proveito do fator casa e bateu Pinheiros (3-1) e Limeira (3-2) sem perder em seus domínios até agora (4-0). O NBB resgatou, em dois anos, uma forte e importante praça para o basquete, o que é excelente.
E Paco vem fazendo um trabalho brilhante (não há outra palavra) com um elenco não mais que limitado. Não há estrelas no guerreiro-porém-não-mais-que-mediano elenco de Mogi. Seu cestinha, Guilherme Filipin (na foto acima à esquerda), registra módicos 12,8 pontos, menor marca entre os principais pontuadores dos times que estão na semifinal (Marcelinho, do Fla, tem 18,3; Holloway, do Paulistano, 18; e Quezada, de São José, os mesmos 18), e outros seis têm 7,5 ou mais pontos, prova que a grande força dos mogianos é mesmo o jogo coletivo (são 15 assistências por jogo a cada 27 arremessos de quadra convertidos, ótimo índice de 0,55 assistência/chute) e a defesa (são 78 pontos sofridos por jogo, sexto melhor índice do NBB, e 11,7 erros forçados do adversário, vice-líder no quesito). Duas áreas do jogo (passes no ataque e senso na defesa) que falam muito sobre o (repito) BRILHANTE trabalho de Paco Garcia em Mogi.
Não sei se os mogianos terão força para ganhar do Flamengo, mas a verdade é que isso pouco importa. O time, que tem mais derrotas que vitória até aqui no NBB (20-21, o que prova que basquete, o incrível basquete, também é momento e muita confiança), conta com uma torcida fanática, uma cidade que ama e abraça a modalidade e um grande técnico. Independente do que aconteça, ter chegado a uma inédita e surpreendente semifinal já é motivo para muita comemoração.
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