A saída de D'Antoni e o que está por vir no Lakers
Fábio Balassiano
01/05/2014 15h00
A razão que a imprensa dos Estados Unidos está apontando é que o técnico não ficou muito contente quando soube que os angelinos não quiseram bancar desde já a cláusula do quarto ano de seu contrato (2015/2016). D'Antoni se sentiu sem prestígio, e preferiu pegar seu polpudo salario (US$ 4 milhões) e se mandar de vez para casa.
Não sei se foi uma sábia decisão por parte de Mike D'Antoni (isso pouco importa, na verdade). O técnico poderia tentar mostrar que não era tão defasado como seus últimos trabalhos mostraram (nos Knicks e nos Lakers, duas das franquias mais populares e, diga-se, mais difíceis de dirigir na NBA). Nas duas o técnico usou o mesmo expediente: jogar como se fosse no Phoenix Suns, ou seja, correndo alucinadamente. A diferença é que tanto em Nova Iorque quanto em Los Angeles não havia os mesmos elementos para tal. O bizarro, para mim, é isso: D'Antoni, nos três times da liga que dirigiu, usou a mesmíssima tática apesar de ter elencos absurdamente distintos. É chato dizer isso, ninguém aqui é maluco de dizer que um cara que vive no basquete americano há 30, 40 anos é péssimo, mas seu conceito de estratégia de jogo (principalmente a ausência desta no setor defensivo) merece ser revisto.
E por esta missão de remontagem do elenco também passa a contratação do novo técnico. Em primeiro lugar, vale dizer o seguinte: os dois últimos técnicos que foram trazidos pelo Lakers não ficaram lá nem duas temporadas completas. Mike Brown durou 71 jogos. D'Antoni, 154. Ou seja: desde que Phil Jackson saiu os caras tiveram duas chances para acertar e não o fizeram. Errar de novo, e no prelúdio da carreira de Kobe Bryant, é muito pouco recomendável. Se Mitch Kupchak já tinha algo importante a fazer (pensar no elenco), agora ele tem duas missões pra lá de espinhosas.
Nomes estão sendo especulados (alguns que adoro, como Ettore Messina, o italiano agora no CSKA e que foi assistente do Lakers ano passado, e Derek Fisher, que ainda está em atividade com o Thunder), mas por tudo o que expus acima eu sinceramente creio que os Lakers não podem nem pensar em errar agora. Nomes novos (Kevin Ollie, campeão da NCAA por Connecticut, e Brian Shaw, hoje no Denver Nuggets) mostram uma salutar vontade de arejar as ideias. Só que há um Kobe Bryant (e sabemos como ele é) com uma imensa e mortífera vontade de querer ganhar mais um anel de campeão até o final de sua carreira. Será que um Ollie, um Shaw, um Messina, um Fisher, que não têm nenhuma (ou pequena) experiência de comando na NBA, são os mais indicados?
Não dá pra cravar um "não" como resposta (justamente porque o esporte é cheio de mistérios, sabemos), mas se fosse GM do Lakers eu optaria por alguém mais experiente, alguém com mais estrada, mais lastro, alguém que tivesse 100% do aval de Kobe Bryant (acredito que ele será ouvido dessa vez) e que trouxesse avanços que têm faltado nos últimos anos (mais defesa, principalmente). Jeff Van Gundy, Lionel Hollins, Byron Scott e George Karl são nomes disponíveis. Se eu tivesse que sonhar, e sonhar alto, iria em outro alvo – Mike Krzyzewski, o Coach K.
Concorda comigo? Quem você acha que os Lakers irão escolher? Quem você escolheria? Comente!
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