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O grande mérito de Americana, campeão da LBF

Fábio Balassiano

20/04/2014 01h44

Vi o jogo entre Sport-PE e Americana entre uma falha de streaming e outra, mas no geral eu achei a partida boa (embora com oscilações terríveis em alguns momentos). No final, vitória de Americana por 66-62 no Recife, 2-0 na série, título da Liga de Basquete Feminino assegurado e campanha invicta na pós-temporada.

Mais do que o jogo, gostaria de mencionar aqui o mérito não só do time e da comissão técnica (vou chegar nele já, já) de Americana.

Quem acompanha basquete feminino sabe que a cidade do interior de São Paulo virou a caputal do feminino há anos. Americana tem um projeto sólido, bem construído, sério, organizado e que conta com ótimo apoio de prefeitura e um patrocinador forte (Unimed). Forma jogadoras, dá boas condições de trabalho aos times da base ao adulto e consegue envolver a comunidade de forma bem satisfatória.

Para essa temporada, o time começou meio "enrolado". O técnico Zanon saiu depois de alguns problemas internos (não caiam na esparrela de que foi pra ser exclusivo da seleção, até porque ele está treinando São José no NBB e nem viu in loco a final deste sábado devido a isso…) e o elenco precisou ser remodelado.

Muita gente torceu o nariz, mas eu acompanhei de perto o raciocínio de Ricardo Molina, presidente de Americana e fui testemunha de todas as suas "justificativas" para as aquisições (só discordei de uma e ele sabe disso). Ele vai ficar bravo comigo, porque gosta de ficar na dele, calado, mas é importante citá-lo neste momento. Quando perdeu do Sport na decisão passada, Molina sabia que precisava mudar. Optou (mais uma vez) por ir com tudo (pesado no mercado): contratou as "cascudas" Paola Ferrari, Ariadna, Joice e Êga e teve sagacidade para formar o garrafão com a recém-chegada Damiris ao lado de Clarissa. Foi formado um time rápido e ao mesmo tempo experiente e atlético para deter Erika, Nádia, Adrianinha etc. .

Mas faltava alguém para "sustentar" um grupo tão tarimbado (nada contra Virgil, agora assistente, mas talvez lhe faltasse rodagem, algo natural pra caramba). E aí veio Antonio Carlos Vendramini. Campeão do primeiro nacional da CBB lá em 1998 pelo Fluminense (saudades, Vedrana), o técnico estava afastado do cenário há anos. Molina o resgatou, e deu resultado. A boa defesa de Zanon foi mantida, mas o ataque melhorou muito, ficou mais arejado. Vendra teve lapsos durante o campeonato, deu uma rateada, sabe que seu time pode jogar MUITO melhor, mas ele deu uma grande contribuída para o título de Americana vir.

É um título não só das jogadoras, isso que quero e faço questão de frisar. Americana tem um projeto espetacular, que deveria servir de modelo para muita cidade/clube. O título de uma LBF que melhorou muito em relação a temporada passada é um prêmio a diretoria, atletas, torcedores e comunidade. Em um esporte tão frágil, como é o brasileiro, uma conquista deste tamanho chancela o trabalho e mantém a perspectiva para dias ainda melhores em Americana.

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