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O Maracanazinho lotado e o viés de alta do basquete

Fábio Balassiano

23/03/2014 16h00

Houve alguns momentos do jogo de ontem entre Flamengo e Pinheiros (título rubro-negro que você pode rever as análises aqui e aqui) em que eu fiquei olhando pra arquibancada lotada do Maracanazinho, perdendo alguma coisa que estava acontecendo na quadra.

A festa da torcida rubro-negra foi lindíssima (tal qual a do Aguada, clube uruguaio que ficou com a terceira colocação e cujos mil torcedores mostraram quão fanáticos são), mas não foi só isso. Foi uma prova de que: 1) O basquete ainda está vivo no Brasil; e 2) Que o viés da modalidade (no eixo que não passa pela CBB, obviamente) é de alta. E isso é muito bom, muito emocionante até.

Pode parecer pouca coisa, mas dentro de quadra são dois títulos da Liga das Américas seguidos (Pinheiros em 2013 e Flamengo agora) e o mais recente da Liga Sul-Americana com Brasília (três conquistas com três times diferentes, o que é ainda melhor). Pode parecer pouca coisa, mas serão dois Mundiais de clubes no país, com o campeão europeu jogando por aqui duas vezes seguidas. E a tendência é crescer, jogando contra os melhores, né. O nível técnico interno ainda precisa melhorar muito, todo mundo sabe disso, mas vimos um grandíssimo jogo de basquete no sábado à noite e alguns times conseguem jogar em bom nível no Brasil nesta temporada de NBB.

Fora dela, os times, embora com uma diferença de nível bem clara no NBB, estão se estruturando mais, conseguindo aumentar gradativamente seus orçamentos e tentando reviver os melhores momentos do basquete do país. Grande exemplo disso é o próprio Flamengo e sua nova diretoria comandada pelos "raçudos" e competentes Alexandre Póvoa e Marcelo Vido.

Quem acompanha este espaço sabe que o Flamengo passou por problemas financeiros gravíssimos desde o começo de 2013, quando a nova diretoria comandada pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello assumiu, mas se reergueu. Conseguiu patrocinadores, manteve a tranquilidade (e perguntei isso a José Neto também – no que vocês lerão amanhã), seguiu contratando para manter o elenco forte e mostrou força e grandeza ao trazer o Final Four para o Rio de Janeiro – prova de um time que quer e que volta a pensar e a fazer coisas importantes.

O próximo passo do Flamengo é o Mundial aqui no Rio de Janeiro. O do basquete brasileiro é seguir evoluindo, seguir se desenvolvendo. Todos que amamos a modalidade temos que manter o senso crítico, apontar o dedo nas feridas quando necessário, mas é imbecil achar que quanto pior melhor. Quanto melhor, melhor para todos os envolvidos (atletas, dirigentes, técnicos, torcida e imprensa). Ganham todos, obviamente.

Quem esteve cobrindo o jogo no Maranazinho neste sábado sonha que noites como as de ontem (jogaço, clima lindo no ginásio, tranquilo para fazer matérias etc.) sejam cada vez mais regra, e não a exceção no esporte que tanto amamos. Parabéns ao Flamengo mais uma vez, mas o novo momento do basquete brasileiro (personificado pela Liga Nacional de Basquete e o seu NBB) merecem congratulações também.

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