A sinuca de bico em que o Lakers está
Fábio Balassiano
12/03/2014 13h15
Apesar de conseguir uma escolha bem boa para o próximo Draft (se mantiver a toada e for um dos últimos, deve pingar um Top-5, o cenário é literalmente de terra arrasada para os Lakers. Com US$ 35 milhões já comprometidos para APENAS cinco jogadores (o time tem a opção de não renovar com Kendall Marshall, Nick Young pode não querer ficar e Steve Nash pode ter seu contrato rescindido), Mitch Kupchak (foto à direita) terá que parir até 10 contratos no próximo verão americano. Eu sei que os angelinos não ligam muito pra isso, pois sempre pagam a sobretaxa, mas o teto-salarial para 2014/2015 é de US$ 62mi (ou seja, US$ 27 milhões para no mínimo 9 contratos).
O problema não é, portanto, necessariamente de grana, mas sim de concepção para a montagem do elenco. Os Lakers conseguirão um ótimo jogador no Draft, que será um dos melhores dos últimos tempos, mas precisará recorrer ao mercado para rechear o elenco com boas peças de apoio para Kobe Bryant, que ainda quer ganhar seu último título da NBA (e esperar impacto imediato do novato pode ser cruel demais também). Além disso, estamos falando de uma franquia que, diferentemente do Spurs, não costuma ir à Europa e busca um Tony Parker, um Gary Neal, um Danny Green, um Tiago Splitter. Falamos de uma franquia que raramente acerta em uma contratação de jogador desvalorizado no mercado (como Marco Belinelli, também do Spurs). Falamos de um time que dificilmente contrata alguém para desenvolver (tipo o Indiana com Lance Stephenson), mas sim para ter resultado rápido.
Manter ou não Mike D'Antoni também merece uma discussão à parte. Será que vale bancar um técnico que acha que pode manter um determinado estilo de jogo (aquele do Phoenix de uma década atrás) com um elenco completamente diferente? Será que, com a estrela da companhia envelhecida, vale manter um treinador que insiste em correr muito e marcar pouco? D'Antoni não é um comandante péssimo, mas está longe de ser o que os Lakers precisarão para a próxima temporada. Phil Jackson é o sonho dourado, mas eu duvido que ele voltaria neste cenário. Arriscar em um novato pode ser um tiro muito arriscado. O meio termo (entre um medalhão que não aceitaria essa bucha de canhão e um terno sem experiência) talvez seja o mais recomendado.
Faz parte dos ciclos da NBA (tempestade e bonança), e ninguém de Los Angeles pode reclamar se os Lakers passarem pelo período de entressafra depois de quase 15 anos no topo, mas não me parece que os angelinos querem se enfiar no famoso rebuild agora (insisto nisso). Portanto, a verdade é uma só: se Mitch quiser manter o seu emprego e o exigente Kobe Bryant ao seu lado é bom analisar o mercado com carinho para não desperdiçar suas balas. Não será fácil (de verdade, não será NADA fácil), mas ele precisa agir. Agir e acertar muito.
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