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Ex-jogador de futebol, Dragic brilha no Suns e exalta Neymar e Kaká

Fábio Balassiano

27/02/2014 02h04

* O blogueiro viajou a convite do Canal Space

Principal peça do surpreendente Phoenix Suns, que deixa todo mundo de queixo caído com a campanha de 33-24 que o coloca em oitavo no Oeste, o esloveno Goran Dragic tem uma trajetória de vida diferente. Seu sonho sempre foi ser jogador de futebol. Torcedor do Milan, fã de Kaká e agora de Neymar, ele sofreu uma lesão grave na perna aos 13 anos e teve que mudar de esporte. Empurrado pelos seus amigos, que viam no basquete uma oportunidade para o menino alto, Dragic ganhou altura e destaque cedo, sendo alçado desde as categorias de basquete como um dos melhores da Europa. Não durou muito e aos 22 anos ele já estava na NBA. Primeiro no Phoenix, onde permaneceu por três anos. Depois no Houston. E agora de volta ao Suns. Em um café da manhã promovido pelo Canal Space com jornalistas da América Latina durante o All-Star Weekend de Nova Orleans ele conversou comigo e com o repórter Fábio Aleixo, do Lance!, a respeito de sua carreira, da temporada (20 pontos, 6 assistências, 50% nos arremessos e 40% nas bolas de três pontos). Veja os principais trechos do papo que tivemos com o armador de 27 anos:

AMOR PELO FUTEBOL
"Eu amo futebol. Eu amo mesmo. Quando eu comecei a praticar esporte, meu esporte número 1 era o futebol. Mas machuquei a perna, os médicos disseram que eu não poderia mais jogar e aí tive que buscar outra modalidade. Como muitos dos meus amigos jogavam basquete, fui tentar a sorte. Infelizmente não poderei ir a Copa do Mundo no Brasil porque tenho um bebê pequeno, que nasceu recentemente e teremos que cuidar dele após a temporada da NBA. Mas eu realmente gostaria. Atualmente o jogador brasileiro que mais gosto de ver é o Neymar. Ele é especial, ele tem algo de especial. Além dele gosto do Ibrahimovic, dos craques do Barcelona, do Kaká. Também gostava do Pato, que jogou no meu time. Sou torcedor fanático do AC Milan, da Itália. Até os dias de hoje, quando volto pra casa eu fico vendo muitas partidas de futebol . Em casa, lá em Phoenix, eu não tenho canais de basquete para não ficar alucinado vendo jogos o dia inteiro. Então posso dizer que vejo muito, muito futebol mesmo".

TEMPORADA DO PHOENIX
"A temporada no Suns tem sido muito boa, muita gente diz que eu deveria estar jogando no All-Star Game, era o que eu desejava também, mas acabou não acontecendo. Mas temos sempre o próximo ano. Tenho que manter a cabeça no lugar, a minha evolução para tentar jogar em 2015. Sobre o Phoenix, acredito que estejamos em uma ótima situação. Temos um time jovem, atlético, com muitas peças e com um futuro brilhante pela frente principalmente pelo que temos a evoluir como grupo. Se os resultados me surpreenderam? Sim, claro, claro que sim. Ninguém esperava por isso, nem mesmo eu. Mas aí a temporada começa, você vê que pode jogar de igual pra igual com todo mundo, ganha algumas partidas difíceis e deixa as coisas acontecerem. Não sei bem até onde nós podemos ir, quão longe, essas coisas. Nosso foco está em chegar aos playoffs, o que para a gente já seria uma grande façanha".

A SEMELHANÇA DE SUA CARREIRA COM A DE STEVE NASH (VEJA MAIS AQUI)
"Outro dia meu empresário, que é o mesmo do Nash (Bill Duffy), comentou sobre isso. Ambos começamos no Phoenix, saímos e depois regressamos. É engraçado, né. E eu vim para o Phoenix, como um calouro, para ser reserva dele, então as coincidências não param nunca. Quando cheguei à NBA em 2008 as pessoas falavam que tínhamos muitas coisas parecidas, mas não imaginava que fosse acontecer isso tudo. Aprendi muito com ele nos meus tempos de Suns na primeira passagem. No começo foi meio duro, porque eu queria ser apenas eu mesmo, e tudo o que fazia acabava gerando uma comparação com o Steve, que já era um craque consagrado. Fiquei três anos e meio com ele como meu mentor, meu tutor na NBA".

COPA DO MUNDO DA ESPANHA
"Não sei se irei, ainda não sei se irei. Tem essa questão do meu filho pequeno. E já joguei ano passado no Eurobasket, que para nós é uma competição tão importante quanto o Mundial devido às rivalidades que temos lá. Para mim, o Eurobasket tem um significado maior que a Copa do Mundo. Não digo que é melhor, mas tem mais partidas duras. Então ainda não sei mesmo o que irei fazer. Nunca digo não para meu país, nunca recuso, mas tem horas que meu corpo precisa de um descanso também. Vamos analisar isso calmamente ainda. Quando você joga na NBA, a temporada é tão longa, tão dura, tão cercada de jogos que seu corpo, acredite em mim, fica esgotado. Talvez por isso muitos atletas não atuem sempre por suas seleções. Acredito que o interesse de todos deve ser o de jogar, mas tem horas que é impossível, pois o ritmo dos jogos, e também das viagens, é muito puxado por aqui". 

LEANDRINHO
"Comentei isso no Twitter quando o Phoenix lhe deu o contrato até o final da temporada e não tenho medo de afirmar. Ele é o melhor companheiro que você pode ter em um time. Trabalha duro, é divertido e leal. Foi muito bom reencontrá-lo na NBA e estamos todos, todos mesmo, muito animados em vê-lo de volta à liga, com saúde e muito feliz. Seis anos atrás, quando eu era um calouro, ele já estava no time e me ajudou demais. Para um jogador que vem de fora, da Europa, você deve imaginar como a transição é difícil. E ele só me deu força. É um dos meus, é um cara nota 10! É um dos grandes amigos que eu criei no basquete, é um dos grandes amigos que tenho no time".

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