O renascimento de Paulão em Franca
Fábio Balassiano
27/01/2014 02h08
Paulão tentou uma Liga de Verão pelo Minnesota (em 2012), mas não passou pelo crivo da NBA (descrições de 'lento', 'físico ruim' e 'deslocamento lateral abaixo da crítica' estão por aí na internet). Enquanto isso, permanecia com contrato no Málaga, sendo emprestado algumas vezes, e passou também na Espanha por Murcia, Granada e Gran Canaria. Na temporada passada pelo Canaria teve 10 minutos/jogo antes de ser dispensado. A dúvida ficava na cabeça de todos (os mesmos 'todos' que esperavam que ele virasse um pivô dominante em nível mundial): o que diabos aconteceria com a carreira dele?
Em uma correção de rota (das melhores que ele poderia ter feito), Paulão assinou com Franca para o NBB6. Era o reencontro dele com o técnico Lula Ferreira (que o havia lançado em Ribeirão Preto anos antes), a chance de liderar um elenco em formação (ao seu lado, no garrafão, está o promissor Lucas Mariano, dono de média de 13,3 pontos na competição) e ser um dos ídolos de uma cidade que ama e entende de basquete.
O resultado de sua escolha acertada para a temporada 2013/2014 pode ser visto nos números. Paulão, que joga 30,8 minutos por jogo, tem 19,8 pontos (quarto melhor índice do campeonato), 8,4 rebotes (o terceiro), 63,7% nos tiros de dois pontos, 1,4 assistência (é o quarto melhor pivô na categoria) e ótimos 22,4 de eficiência, liderando o NBB no quesito. Seu desempenho é tão regular, mas tão regular, que ele fez 16 ou mais pontos em TODAS as partidas do certame até aqui (no sábado, na vitória contra o Basquete Cearense, sua última partida, ele saiu-se com 20 pontos e 6 rebotes (26 de eficiência). Dominante é pouco para descrever seu começo em solo francano.
O que será de seus próximos anos é bem difícil de saber, mas Paulão tem apenas 25 anos (faz 26 em fevereiro) e pode ter bastante sucesso no basquete interno. Caso se cuide um pouco mais, pode alçar vôos maiores (Europa). De todo modo, é uma baita história de renascimento, de reencontro com os melhores números e momentos. Que ele siga em sua recuperação, que ele siga mostrando que aquele garoto de Monte Aprazível que surgiu para o mundo lá em 2007 pode, sim, jogar em alto nível. Técnica ninguém duvida que ele tenha.
Sobre o blog
Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.