No dia 12 de outubro escrevi aqui a respeito da expectativa para a temporada dos brasileiros na Espanha, a segunda melhor liga de basquete nacional do mundo. Passados quase três meses, é hora de dar uma olhadinha no que os rapazes estão aprontando por lá. Não falarei de Lucas Bebê, pois o pivô saiu do Estudiantes para realizar tratamento nos joelhos (agora ele está melhor) e não atuou por nem 10 jogos. Vamos lá:

1) O grande destaque brasileiro na temporada espanhola até aqui chama-se Augusto Lima. E é com grande alegria que escrevo isso. Augusto sempre foi promissor, mas teve um problema grave nas costas, não foi escolhido no Draft da NBA do ano passado e acabou não sendo mais relacionado pelo Málaga que tanto investiu em seu basquete. Poderia ser o começo do fim, mas o ala-pivôo, cuja técnica ninguém ousa questionar, parece se reencontrar no Murcia. Neste fim de semana, contra o Barcelona, ele teve 19 pontos, 5 rebotes, 3 roubos e 20 de eficiência. Na temporada, ele, que 20 enterradas nas 15 partidas disputadas (3º maior índice da ACB), tem respeitáveis 10,9 pontos, 55,7% nos tiros de dois pontos, 7,9 rebotes (2º melhor da Liga), 1,5 roubo (5º melhor) e 15,1 de eficiência (é o 14º melhor no quesito) nos 24 minutos por partida. Ótimo números para um jogador ainda jovem (fará 23 em setembro de 2014) e com um potencial absurdo. O objetivo do time é não cair, e com 5-10 até que eles vêm cumprindo com esse objetivo. Abaixo o que ele fez recentemente. Vale a pena ver.

2) Marcelinho Huertas segue sendo o jogador brasileiro mais conhecido e reconhecido em solo espanhol. Tem consideráveis minutos no Barcelona (24 por jogo), é o terceiro melhor da liga em assistências com 4,6 e ainda tem 7,6 pontos de média. Não é uma brilhante temporada do armador do Barcelona, mas não é ruim tampouco. O que ele poderia melhorar é seu aproveitamento em bolas de três pontos (24%, sua pior marca desde que chegou a Espanha). Os catalães fazem campanha não mais que razoável na Liga (10-5).

3) O armador Rafael Luz (foto à direita) é outro que faz boa e surpreendente temporada na Espanha. Com média de 19 minutos por partida (a máxima de sua carreira até então), o camisa 55 do Obradoiro teve 10 pontos e 3 assistências neste fim de semana, e na temporada registra consideráveis 6,2 pontos, 2,9 assistências, 7,3 de eficiência e 51% nos arremessos de dois pontos. Não é uma grandeza, mas aos 21 anos (faz 22 em um mês) ele parece estar cada vez mais pronto, mais preparado para desafios maiores.

4) Raulzinho, por sua vez, vem tendo uma temporada estranha no Gipuzkoa Basket. É titular absoluto, ganha bons minutos (23), registra boa média de pontos (8,9), roubos (1,6), assistências (3,5) e eficiência (10,3), mas alterna boas e más partidas com muita frequência. Seu time, porém, tem 8-7 e finca pé na zona de playoff (para quem foi rebaixado na temporada passada e só ficou na primeira divisão porque os que subiriam não tinham condição financeira é um baita mérito). Está sendo observado pelo Utah Jazz que o selecionou e vai ganhando mais confiança. Gosto bastante de seu jogo e de sua (constante) evolução.

5) Grande surpresa da temporada com 10-5, o Málaga tem o pivô Rafael Hettsheimeir em seu elenco. Contratado para ser uma de suas principais estrelas, ele tem um campeonato não mais do que regular (15 minutos, 6,5 pontos e 2,6 rebotes por jogo). É bem preocupante que Hettsheimeir, depois da lesão que o deixou fora das Olimpíadas de Londres, ainda não tenha encontrado seu melhor basquete. Ele precisa de mais tempo de quadra, mas isso não tem acontecido em Málaga.

E aí, qual a avaliação de vocês sobre o começo da temporada dos brasileiros na Espanha? Comentem!