Sobre novas declarações de Magnano
Fábio Balassiano
13/01/2014 01h12
Basicamente é o seguinte: Magnano foi participar de uma clínica do quinto Camp do amigo Fernando Duró, seu ex-assistente na seleção brasileira, no final da semana passada (na foto, tirada do site do Libertad, está um animado Magnano à frente e Duró, sorrindo, ao fundo). Parecia bem animado, foi aplaudido e no final conversou com o Basquete Plus. Lá ele deu as seguintes aspas:
"O jogador argentino é, por natureza, muito comprometido"
"São muito comprometidos os jogadores argentinos. O exemplo claro que tenho é que nos quatro anos que estive na seleção nunca houve nenhum pedido de dispensa, de não querer estar na seleção. Ou seja: é por isso que se chega onde se chegou. Graças ao comprometimento por parte dos jogadores. E há uma natureza no jogador argentino que é muito especial, muito interessante. Por isso eles (jogadores argentinos) são muito valorizados, analisados positivamente".
1) Nada contra um técnico participar de um Camp de um amigo seu, mas será que, com o NBB rolando, seu lugar não deveria ser no país que o emprega, para acompanhar alguns dos jogadores que lhe serão úteis muito em breve e/ou nos jovens que estão surgindo por aqui? Só para ficar em um exemplo: no final de 2013 ele viu Bruno Caboclo na LDB, o elogiou (leia aqui), disse que o garoto tinha futuro brilhante. Nesta semana, no NBB, Caboclo entrou, fez o diabo contra o Paulistano e foi bastante aplaudido. Onde estava Magnano? Na Argentina com Duró…
2) Depois de tudo o que aconteceu ano passado depois da Copa América, será que vale, de novo, Magnano ficar falando bem do comprometimento dos jogadores da Argentina sob sua gestão (voltarei ao tema em breve)? Como será que os jogadores brasileiros (que serão comandados pelo treinador já, já) reagem quando, novamente, lêem isso? Será que não vale alguém da CBB conversar com o treinador a respeito disso? Alguém se lembra que, caso o convite ao Mundial realmente venha, atletas e técnico irão se encontrar em seis meses?
4) Deixo aqui uma parábola enviada por Renato Padovani no Facebook do Bala na Cesta para reflexão: "Dois monges viajavam juntos por uma caminho lamacento. Chovia torrencialmente, o que dificultava a caminhada. A certa altura tinham que atravessar um rio, cuja água lhes dava pela cintura. Na margem estava uma moça que parecia não saber o que fazer:
– Quero atravessar para o outro lado, mas tenho medo
Então o monge mais velho carregou a moça às suas cavalitas para a outra margem. Horas depois, o monge mais novo não se conteve e perguntou:
– Nós, monges, não devemos nos aproximar das mulheres, especialmente se forem jovens e atraentes. É perigoso. Por que fez aquilo?
– Eu deixei a moça lá. Por quê você ainda a está carregando?". Vale refletir, não?
5) Por fim. Se para a CBB e para "a comunidade do basquete" está tudo bem (pois, com raríssimas exceções, não vejo indignação ou reprovação alguma), não há motivo para eu ficar escrevendo mais sobre o tema, correto? Foi a última vez, prometo.
Comentem aí, comentem!
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