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Miami embala na NBA com 10 vitórias seguidas

Fábio Balassiano

03/12/2013 01h40

Todo time que ganha campeonato da NBA tem um salvo-conduto pra começar a temporada seguinte em terceira marcha. Não é bacana, não é recomendável, mas é um código tácito na melhor liga de basquete do planeta. Não comente isso com os técnicos de lá, mas todo mundo sabe que isso acontece e seguirá acontecendo. A acomodação, principal vilã do esporte profissional, é real e pegou forte o Miami Heat há cerca de um mês.

Os atuais bicampeões da liga iniciaram a busca pelo tricampeonato de forma lenta, devagar mesmo, e perderam dois de seus primeiros três jogos. Aí LeBron James falou: "Já avisei que precisamos ligar o sinal de alerta. A temporada começou e temos uma missão". Recado dado, todo mundo mandou a zona de conforto pra longe e lá foi o Miami, disparadamente o melhor elenco da NBA, para realmente começar a defesa do troféu. O resultado está na quadra: dez vitórias seguidas, 13 nos últimos 14 jogos (só perdeu aquele, de forma bizarra, para o Boston Celtics em casa – relembre aqui) e a vice-liderança do Leste. Com 14-3, o Heat está atrás apenas do espetacular Indiana Pacers, que tem 16-2 e a melhor campanha da NBA.

Escrevi aqui sobre a receita do sucesso do time na temporada passada, quando Erik Spoelstra conseguiu chegar à fórmula perfeita entre funções de seus atletas, potencial físico, liberdade para LeBron James, defesa sufocante e rotação cada vez maior. Michael Beasley voltou bem, tem média de 10,1 pontos e o trio formado por James, Dwyane Wade e Chris Bosh possui a menor média de minutos desde que se juntou no Heat, que pensa, desde já, nos playoffs. Neste campeonato os números são bem parecidos em relação ao que já vimos dos caras (104,3 pontos por jogo e assombrosos 51% nos chutes de quadra), mas o que chama a atenção mesmo é a grande variação de jogadas que o Miami possui.

O time é o melhor da NBA em pontos por posse de bola (1,03), e consegue envolver todos os atletas com as mais variadas jogadas (picks, isolação, contra-ataque, arremessos livres nos cantos da quadra, cortes etc.) sem que nenhuma delas seja tão previsível assim para quem tenta defendê-los (nenhuma é usada em mais de 15% dos ataques, algo incrível!). É meio assustador, mas 25% dos ataques do Miami terminam com arremesso de um jogador livre. O motivo é óbvio: como é LeBron James que comanda as ações ofensivas, os adversários precisam fazer ajustes para marcá-lo, quase sempre dobrando a defesa em cima do astro. Bom passador e ótimo em leitura de jogo, James quica a bola, que quase sempre encontra um companheiro livre. Com tamanha liberdade, o time é o segundo em aproveitamento de três pontos (41,8%).

Este é o Miami, que hoje recebe o Detroit Pistons (22h30, de Brasília) na Flórida antes de uma série de quatro jogos fora de casa (Bulls, Minnesota, Pistons e Indiana, uma promessa de jogaço!). O campeão, decididamente, voltou e a pergunta permanece: alguém capaz de evitar o tricampeonato do Miami Heat na NBA? Comente!

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