Knicks perde do Atlanta e se afunda ainda mais
Fábio Balassiano
17/11/2013 09h33
A frase da coletiva de Carmelo Anthony (foto à esquerda), que tem se matado para tentar livrar o Knicks do mico, foi sintomática: "Parece que não estamos conseguindo chegar lá no quesito esforço. Parece, inclusive, que não estamos nem tentando no momento". E quem fala isso é o cara que praticamente pôs fogo no começo da temporada ao dizer que será um agente-livre ao final do campeonato. De todo modo, Melo não tem chutado mais do que sempre chutou desde que chegou a Nova Iorque. Na temporada passada, 22,2 arremessos por noite. Nesta, 21,9 (e praticamente com o mesmo % de conversão de chutes). Culpá-lo, portanto, seria uma leviandade.
Outro ponto fundamental é olhar para a total falta de capacidade do time em pontuar perto da cesta (o que torna o jogo da equipe previsível e periférico – fica só na linha dos três). Os Knicks têm apenas 35,6 pontos dentro do garrafão (terceira pior marca na NBA), chuta 25,4 bolas de três por noite (terceira maior marca) e converte apenas 33,6% delas (décimo pior índice). Uma boa razão para isso é o desempenho de Amare Stoudemire (foto à esquerda), que decididamente parece que não voltará a jogar aquilo que ele já jogou. Com insossos 10,5 minutos por jogo, ele tem 3,2 pontos e 1,8 rebotes por jogo (só lembrando: seu salário é de US$21,6 milhões para esta temporada, o quarto maior da liga). Sem ele no garrafão para pontuar, o único pivô que realmente é acionado é o italiano Andrea Bargnani, que, sabemos, se dá melhor jogando longe da cesta do que perto dela. O vício de perímetro dos Knicks, que já era grande no campeonato passado, ficou obviamente ainda maior quando combinada a queda de Stoudemire com a chegada de Bargnani.
A principal diferença pra mim está mesmo na defesa. Ao contrário da sólida marcação que havia lá até o campeonato passado, nesta os contra-ataques proliferam (são 14,6 pontos por jogo desta maneira) e o percentual de conversão de arremessos dos adversários é assustadoramente alto (51%). Com uma defesa tão peneira, o ataque, que nunca foi tão organizado assim, fica ainda mais pressionado, ainda mais desesperado para compensar algo que a marcação não tem conseguido segurar. A questão é: como um time que manteve a sua base e ainda se reforçou com Ron Artest consegue ficar tão pior de uma temporada para outra? Isso para mim ainda é um grande mistério.
Se voltar com saldo negativo dessa mini temporada longe do lar a pressão será insuportável, podem ter certeza.
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