A chance que o basquete brasileiro perdeu com 2 grandes eventos no país
Fábio Balassiano
15/10/2013 11h24
Em São Paulo (Barueri, na verdade), o excelente Olympiacos bateu o forte time do Pinheiros para conquistar a Copa Intercontinental. Quem foi viu dois bons jogos, os gregos atuando em um sistema tático diferente do que estamos acostumados em solo nacional e ótima organização por parte do clube (Pinheiros), Liga Nacional e FIBA Américas. Dentro das expectativas, o evento terminou com saldo positivo tanto em quadra (muita gente esperava uma surra grega, o que decididamente acabou não acontecendo) quanto em operação (só como exemplo: o piso, aquele doado pelo Ministério do Esporte, tão bom, foi parar na partida da NBA na semana seguinte).
Era para estarmos comemorando e contando os dias para o começo do NBB (que, diga-se, novamente inicia suas atividades tarde demais – Espanha e Argentina já assistem partidas das ligas locais) e da NBA, refletindo sobre as lições que tivemos sobre basquete, logística, organização e entretenimento. Este deveria ser o mundo normal, o natural, o básico de uma modalidade que parou no tempo há anos e que precisa achar o rumo se realmente quiser voltar a ser grande. Poderia (deveria?) ser o ponto de partida para uma grande retomada, uma grande virada no basquete (caramba, houve um Mundial e NBA aqui em menos de 15 dias!).
Talvez quem tenha razão mesmo é quem pouco nos conhece. Em sua coletiva, quando perguntado sobre a queda de rendimento do Brasil em competições internacionais, o genial Scottie Pippen, bicampeão olímpico com os Estados Unidos (1992 e 1996), disse que não sabia muito sobre o nosso basquete, mas não hesitou em responder: "Olha, eu sinceramente não sei o que aconteceu com vocês, mas o mundo todo evoluiu. Em organização, em atletas, em ligas, em tudo. A pergunta que agora eu me faço é: o que aconteceu então com vocês?".
Que tal o basquete arregaçar as mangas e começar a trabalhar de forma organizada, planejada e séria, de modo a criar a sua própria agenda positiva, com foco no que realmente ajudaria o esporte a crescer? Garanto que o resultado seria bem melhor do que este de agora, quando depois de 2 semanas de grandes eventos no país todos só falam sobre dispensas, (argh) patriotismo e "os NBA's".
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