Contra a Argentina, o maior desafio da seleção feminina na Copa América
Fábio Balassiano
24/09/2013 11h20
Argentina que vem praticamente com o mesmo elenco (saiu Debora Gonzalez e veio Sthefany Thomas) que fez jogo duro contra o Brasil na final do Sul-Americano (lá o grupo de Zanon não havia recebido os reforços das experientes Karla, Adrianinha e Chuca, é bom lembrar) e apresenta pelo menos um nível técnico, tático e físico que fará com que a seleção feminina seja testada (o treinador Cristian Santander, ex-Chile, faz um trabalho bem razoável com as hermanas, que possuem uma liga feminina praticamente amadora e treinam juntas há quatro, cinco meses para esta Copa América).
Dos jogos iniciais, me incomodou um pouco o excesso de bolas de três pontos arremessadas pela seleção (48). Quando foi marcada por zona, a equipe de Zanon repetiu um expediente comum no basquete brasileiro, mas que está longe de ser a única maneira de "furar" este tipo de marcação – arremessar tresloucadamente de longe. Via de regra, as pivôs ficaram vendo o jogo, sem nenhuma interferência no ataque (erro básico). Depois, o ataque ficou totalmente passivo em relação a defesa (quando deveria ser o contrário, ou seja, agredir a marcação por zona). O ideal é infiltrar, deixando a defesa em perigo também.
Seis coisinhas podem ser feitas pra driblar este tipo de estratégia defensiva: 1) infiltrar e quicar pra fora, proporcionando um arremesso com a defesa desequilibrada; 2) Jogar com as as pivôs pra provocar desequilíbrio defensivo; 3) Coloca uma das pivôs na linha do lance-livre, algo que a Argentina cansa de fazer com Luis Scola quando é marcada assim e onde Damiris conseguiu seis de seus nove pontos no domingo contra a Dominicana; 4)Trocar mais passes e se deslocar mais rápido, cansando a defesa pra abrir espaços. Qualquer uma das ações rende frutos, e é importante que o Brasil coloque-as em prática; 5) driblar agressivamente entre duas defensoras, buscando desequilibrar a defesa pra criar situação favorável de passe pras companheiras, que devem se deslocar sem bola; e 6) Evitar a troca de passes apenas no perímetro. A cada 3 ou 4 passes, pelo menos um deles deve buscar uma das pivôs criando mais dificuldade para a defesa. Há uma outra alternativa que pode ser usada: fazer com que a defesa adversária não esteja armada quando o Brasil começar suas ações ofensivas. Ou seja: atacar com a própria defesa brasileira e saindo rápido pro setor ofensivo.
Será que o Brasil consegue se impor diante das hermandas? Comente!
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