Três brasileiros encontram-se na mesma situação neste momento em relação a NBA (ou à procura de um emprego na NBA): Leandrinho, de quem escrevi ontem por aqui, Scott Machado, que parece estar aberto a novas possibilidades que não a liga norte-americana (também falei sobre isso), e Fab Melo, trocado pelo Boston Celtics ao Grizzlies, e imediatamente dispensado pelo Memphis. A grande notícia pra Fab é que ele foi convidado pra fazer parte da pré-temporada do Dallas Mavericks.

E por que diabos isso é tão bom assim? No dia 13 de julho (há cerca de dois meses, portanto) escrevi aqui sobre as boas contratações dos Mavericks pra temporada (Monta Ellis e Jose Calderón, principalmente), mas citei justamente a falta de pivôs dos texanos como um grande problema para o decorrer da temporada, né.

Os Mavs foram na escolha óbvia do mercado (o insosso Samuel Dalembert, cujo arsenal defensivo é não mais que razoável e cujo poderio ofensivo é diminuto – Fab Melo?), arriscaram em DeJuan Blair (ex-Spurs e baixo pra posição com seus 2,01m) mas continuam desbalanceados demais no garrafão (Bernard James e Brandan Wright não são cincões de ofício, e começar uma temporada da NBA sem esta força perto da cesta é temerário pacas).

Está aí, portanto, o espaço em que Fab Melo pode se meter. O Dallas é um time excelente nas alas (Marion, Ellis e Nowitzki – além de Carter, Crowder e Ellington pra rodar) e na armação (Calderón, Devin Harris e o calouro Shane Larkin), mas precisa de força física, juventude, altura e alguém que proteja o aro (como os americanos gostam de dizer) desde o começo da temporada.

A posição de titular é de Dalembert, parece claro. Mas o pivô do Haiti não é isso tudo, sabemos de longa data. DeJuan Blair, idem (com o agravante de ser ainda mais baixo que o haitiano). Que Fab Melo se apresente no comecinho de outubro em excelente forma física, com alguma melhora em seu arsenal ofensivo (que é pequeno, muito pequeno) e que mostre maturidade pra encarar este imenso desafio – de conseguir um contrato com o Dallas Mavericks. Não será fácil, mas de todos os cenários que se apresentavam este certamente é um dos melhores (bom time com problemas no pivô)

Quem sabe ele consegue um contrato pra essa temporada. É só manter a cabeça no lugar, ter em mente que precisa evoluir MUITO e aproveitar a oportunidade de jogar com Dirk Nowitzki, um dos melhores jogadores dessa geração.