Sobre a saída do Fluminense do NBB
Fábio Balassiano
14/08/2013 02h10
Lembrei-me, também, da pergunta que fiz a Sérgio Domenici (foto à direita), Gerente-Executivo da Liga Nacional, quando da aprovação dos convites para Fluminense e Goiânia em 08 de junho de 2013:
"Bala na Cesta: Mas se não for comprovado (tudo o que foi apresentado no Power Point) não é um mico muito grande para a Liga, não? Houve este barulho todo e pode ser que eles não passem…
Sergio Domenici: Não considero mico para a Liga. Recebemos o projeto, aprovamos pelo que vimos em uma apresentação. Depois olharemos na prática. Não tem como ser diferente".
Antes da conclusão, uma coisinha deve ser pensada e analisada com frieza. Embora abomine qualquer tipo de convite para o NBB (de Goiânia a Ceará, de Fluminense a Barcelona), são dois projetos bem diferentes os que receberam convite (Goiânia e Fluminense) da Liga Nacional, bem diferentes mesmo.
O de Goiânia, aprovado com louvor e com todas as documentações em dia (os goianos estreiam em novembro na principal competição do país), nasceu de uma instituição de ensino renomada (o Grupo Universo), com grana pronta e já possui atletas contratados (Fernando Penna, Diego, Taboada etc.), além do lastro de um cara que está na modalidade há anos (embora com métodos e manias esquisitas, Wellingon Salgado investe em basquete há séculos).
Deste triste episódio para o basquete brasileiro saem arranhados o Fluminense, que emprestou a sua camisa centenária e histórica a uma empresa e viu sua imagem ficar manchada, a empresa de marketing esportivo, que tentou alucinadamente e sem sucesso emplacar um projeto no NBB mesmo sem classificação em quadra, e a Liga Nacional, que deveria ter mais cuidado com quem pleiteia vaga, com quem recebe convite, com quem joga o campeonato no final das contas (vide Araraquara, Suzano etc.) pois, no final das contas, é seu nome que está em jogo. Aliás, ainda vão insistir com convites? Ainda vão insistir com PPT's estéreis?
Espero, sinceramente, lição tenha sido aprendida por todos os envolvidos neste dia absurdamente lamentável para o basquete brasileiro que caminhava, pelo menos através da Liga Nacional, para um momento de mais desenvolvimento e organização. Indo para a sua sexta edição, o dia 13 de agosto de 2013 fica marcado como um dos mais tristes da curta história da LNB. Crescer com consistência ainda é a melhor maneira de construir um produtivo atrativo para público e patrocinadores. Atropelamentos e tudo que extrapole o fator quadra nunca levaram a nada. Como foi o caso do Fluminense, que a LNB viu como um grande chamariz para sua competição.
Não rolou, manchou o nome de todo mundo – clube, agência de marketing esportivo, profissionais que já tinham acertado, basquete brasileiro e principalmente da Liga Nacional.
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