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A volta do Mundial Interclubes e a boa fase do basquete brasileiro fora da CBB

Fábio Balassiano

06/08/2013 01h25

Ontem foi um dia bacana para o basquete brasileiro. No começo da manhã a FIBA enviou comunicado à imprensa informando que uma das mais tradicionais competições do basquete está volta. É o Mundial Interclubes, agora chamado de Copa Intercontinental, que reúne o campeão europeu e o das Américas.

Para a edição deste ano, a primeira da volta da competição que vigorou entre 1966 e 1987, o Pinheiros (na foto representado por Shamell), campeão da Liga das Américas, jogará contra o Olympiacos, timaço que venceu a última edição da prestigiosa Euroliga (mais informações sobre os duelos aqui na matéria do ótimo Daniel Neves). Serão dois confrontos, entre 4 e 6 de outubro, em Barueri (SP). Caso tenhamos vencedores distintos nos dois jogos o campeão será decidido no saldo de cestas.

Por uma dessas coincidências, a única equipe brasileira a conquistar o troféu foi o Sírio, que derrotou o iugoslavo KK Bosna na decisão de 1979 em um Ibirapuera lotadíssimo (veja lances aqui e aqui – é bem emocionante). E quem era o técnico do Sírio há mais de 30 anos? Claudio Mortari (foto à direita), que agora comanda o Pinheiros (ou seja, três décadas depois ele pode se sagrar bicampeão mundial, um feito absurdamente sensacional).

O mais interessante disso tudo é notar o momento que o basquete vive por aqui. É quase um renascimento, um ressurgimento. A Liga de Desenvolvimento tem caminhado muito bem (veja mais aqui), no próprio mês de outubro teremos o primeiro jogo da NBA no Brasil, o NBB aos poucos se firma como uma competição de bom nível (em que pesem os problemas retratados por aqui volta e meia) e agora teremos um Mundial de clubes no país, no principal Estado do país (é uma pena que nada do feminino, mas aí é outra história, eu sei). Não sei se você, esperto leitor, notou, mas nenhum dos itens mencionados acima conta com o apoio da Confederação Brasileira, entidade que deveria cuidar e desenvolver o basquete – e não o faz por absoluta falta de competência (pra se ter uma ideia, até agora nem no site oficial há informação a respeito do Mundial). São atitudes e ações que não têm NADA a ver com a CBB – e talvez por isso é que dê certo.

Que o basquete brasileiro consiga continuar caminhando com suas próprias pernas mesmo com uma CBB terrível em termos de gestão, planejamento e finanças. Que fique claro (até pra evitar editoriais de vocês imaginam quem): a modalidade tem ressurgido apesar da Confederação Brasileira de Basketball – e não por causa da entidade máxima. Não deixa de ser um baita mérito de clubes, dirigentes e da Liga Nacional.

Não há dúvida alguma que o basquete do Brasil passa por um excelente momento. Que todos possam surfar nessa onda – uma onda boa, tão rara por aqui há tanto tempo.

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