Diretor da ESPN, João Palomino exalta transmissão e torce por 'boom' com Splitter e LeBron na final da NBA
Fábio Balassiano
08/06/2013 01h00
BALA NA CESTA: Desde o ano passado a ESPN tem enviado equipe completa para cobrir as finais da NBA, algo que já faz com regularidade no futebol europeu também. É uma tendência da emissora? Quais foram as motivações para isso?
JOÃO PALOMINO: Não só na NBA temos feito isso. Também no Superbowl da NFL enviamos equipe completa, no US OPEN aconteceu o mesmo e o resultado tem sido fantástico. Não apenas em termos de audiência, mas de emoção da transmissão, interação com o fã de esportes e credibilidade. Estar no lugar é diferente, para quem faz e para quem assiste. Investimos alto pra provocar a percepção de que olhamos aquele evento de forma diferente, com respeito a quem nos acompanha e assiste.
PALOMINO: A NBA vale quase todo jogo, mas, claro, esta junção de um brasileiro na final, ainda mais um jogador com a história e a qualidade do Tiago Spliter e o maior jogador da atualidade trazem atrativos que precisam ser explorados. A audiência vai ser a consequência de todo trabalho de divulgação, e, acima de tudo, da qualidade da equipe que está lá. Vai ser muito bom.
BNC: Pessoalmente, como foi seu começo com a NBA? Imagino que via pela TV Bandeirantes. Tinha algum time em especial, algum jogador preferido ou momento que jamais esquecerá? Já pensou em narrar algum jogo?
PALOMINO: Narrei muitos, mas muitos jogos de NBA. Invadi a madrugada inúmeras vezes depois que passamos a ser responsáveis pelas transmissões também da ESPN (o serviço em português era feito nos Estados Unidos). Aprendi a gostar de NBA com as transmissões do Luciano do Vale. E, claro, para minha geração, Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird eram as maiores estrelas. Qualquer jogo que os envolvesse, queria ver. Um momento? Toda vez que o Jordan pegava na bola.
PALOMINO: A sua pergunta é a minha resposta. Perfil ideal para a ESPN. Muito bem informado, comprometido com muito além da transmissão. É um dos nossos orgulhos.
BNC: Apesar de exibir a NBA, a melhor liga de basquete do mundo, não há muito pouco espaço na grade de programação para o basquete? Não há um programa dedicado a isso, e tirando os grandes eventos não há a visão dos comentaristas, com exceção do "The Book is on the Tabble" e dos jogos.
PALOMINO: Nosso programa de notícias, o SportsCenter, nas suas quatro versões, sempre trata de NBA. Nas fases decisivas, um comentarista participa dos programas. No Bate-Bola, noticiamos sempre. E o "The Book" aprofunda as discussões. A interação durante as transmissões é enorme. Intensificamos nossa cobertura dedicando ainda mais tempo no ar para falar tudo sobre a final com o "The Book" como uma espécie de Abre o Jogo.
PALOMINO: Nossa missão é servir ao fã de esporte, não importa em que plataforma. Se não temos os direitos de transmissão para a TV, optamos pela rádio. Se não foi possível pela rádio, noticiamos no site. Não escondemos nenhum evento nunca. Mesmo que não tenhamos os direitos. Tentaremos sempre. Temos preocupação com o esporte. Se não permitem, noticiamos. O veto, neste caso específico, é prejudicial ao próprio esporte.
BNC: O basquete, para o Brasil, já é um negocio que se sustenta financeiramente, ou infelizmente ainda não se paga? Se não se paga, o que fazer para mudar?
PALOMINO: Se é em termos de basquete nacional, temos um bom exemplo com o novo Campeonato Nacional. Deu fôlego ao basquete. Mas qualquer esporte no país, exceção do futebol, precisa passar por uma fase grande e forte de expansão. Marketing, administração profissional, criação de novos ídolos, investimento de longo prazo, frequência e altíssima exposição. Hoje o melhor que pode acontecer ao basquete é uma exposição ainda maior que a que já tem.
BNC: Sei que você é um grande crítico do trabalho das Confederações esportivas, e queria saber o que você tem achado deste momento do basquete, que ao menos parece querer sair do buraco.
PALOMINO: Acompanhei todo o campeonato (NBB). Sou apaixonado por esporte, futebol e basquete em especial, e acho que o começo é esse mesmo. Há ajustes a serem feitos. Eu mesmo gostaria de ver uma série melhor de cinco ou sete jogos na final, e me parece que os próprios clubes andam preocupados com isso. É importante, como disse anteriormente, exposição ainda maior.
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