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Em noite de Larry Taylor, Bauru segura reação de Franca e volta a semi nacional após 11 anos

Fábio Balassiano

11/05/2013 07h30

Por Rafael Placce, direto de Bauru (SP)

Não há nada como um jogo cinco de playoff de basquete (só jogo sete na NBA). Tudo era diferente na Panela de Pressão na noite de ontem. Os ingressos foram vendidos em quatro horas, se esgotando 72 horas antes do início do jogo. Dois ônibus saíram de Franca para apoiar seu time. Cinco rádios, três emissoras de TV e um batalhão de fotógrafos e jornalistas. Tudo isso formou o clima e o cenário perfeito para um jogo decisivo entre dois rivais históricos. No final, o Paschoalotto/Bauru segurou o mando de quadra e venceu por 78-71, levando o basquete bauruense para sua primeira semifinal nacional desde 2002, quando o então Tilibra/Copimax passou pelo Vasco e se sagrou campeão nacional contra Araraquara.

Guilherme Teichmann (oito pontos e sete rebotes), por Franca e Ricardo Fischer (sete pontos – foto à esquerda), por Bauru foram para o sacrifício e foram muito importantes. Teichmann entrou no jogo depois de um começo muito ruim de Franca (Bauru fez 27-14 no primeiro quarto) e conseguiu, com sua experiência, acalmar o time. Ricardo Fischer, por outro lado, trouxe para Bauru o contra-ataque e a velocidade que estavam faltando para o time durante essa série.

Como eu disse, o jovem time de Franca começou muito nervoso, foram duas faltas técnicas e uma antidesportiva. Enquanto isso, Bauru entrou controlando o jogo, bastante parecido com o que Franca fez com Bauru no jogo quatro. Larry Taylor teve outra noite mágica, com 27 pontos – o "Alienígena" tirou vários coelhos da cartola, matando bolas aparentemente impossíveis.

Os segundo (21 -18) e terceiro (17-20) quartos foram mais disputados, o que era bom para o time da casa, que mantinha a diferença conseguida durante a primeira parcial. Na metade do terceiro quarto, a vantagem de bauru chegou a 21 pontos, mas um fim de quarto inspirado de Léo Meindl (19 pontos e cinco rebotes) devolveu seu time ao jogo. A vantagem bauruense era de 13 pontos com os dez últimos minutos a serem jogados.

E ai foi a vez de Franca marcar muito forte e Bauru ter seu apagão. As bolas de três, de Figueroa e Jeferson Socas (19 pontos) deixaram o time da capital do basquete a apenas dois pontos (71 -69), com dois minutos a serem jogados. Guerrinha parou o jogo e o Dragão conseguiu se acalmar e com uma sequencia de 7-2 fechou o jogo com a vitória e consequentemente com a vaga no bolso.

Acho que esse time de Franca continuará dando muito trabalho nas próximas temporadas. É impossível não traçar paralelos com o time de Ribeirão, montado pelo Lula e que até hoje dá frutos em Brasília. As semelhanças são assustadoras e tenho certeza que esse time vai dar muitas alegrias para a cidade que respira basquete. Léo Meindl estava chorando copiosamente ao final do jogo, Socas também não escondia as emoções, mas com certeza essa garotada ainda vai comemorar muitas vitórias.

Pelo lado bauruense, me impressiona, e muito, a capacidade de superação. O time que mais uma vez não pode contar com Jeff Agba, suspenso, teve seu outro homem de garrafão, Coleman, jogando com a cabeça longe. A imprensa ficou sabendo, somente após a partida, que sua esposa sofreu um acidente grave nos Estados Unidos. Mesmo jogando abaixo do que vinha jogando, o ala de força conseguiu um duplo-duplo com 11 pontos e 11 rebotes. Agora ele segue para o seu país e provavelmente não enfrenta Uberlândia no primeiro jogo da série na segunda-feira às 19 horas em Bauru.

Larry Taylor agradeceu seu amigo por ter jogado mesmo nessa situação difícil: "Queria agradecer muito o Colemam, porque ele teve esses problemas com a mulher dele, mas ele não quis deixar o time na mão, ele quis entrar na quadra e ganhar com a gente. Parabéns pra ele, ele foi muito importante hoje".

Pilar, o nome dessa série, ao lado de Coleman, falou sobre a superação do time: "A gente não sabe onde esse time pode chegar, a gente não está traçando metas para nos limitar. Nós estamos simplesmente se unindo, acreditando… A gente já fez história hoje, mas a gente quer fazer mais". Ele também comentou sobre como foi jogar como armador durante essa série: "Essa nova função que eu exerci me deu mais concentração, como é uma posição diferente, eu tive que entrar mais concentrado. Isso me fez aprender certas coisas, como jogar mais focado, ler melhor o jogo. Então foi muito bom como aprendizado até mesmo para minha posição de origem, que eu vou fazer com a volta do Ricardo".

Já Lula Ferreira, técnico de Franca, lamentou a derrota, mas enalteceu o desempenho de seu time: "É uma derrota doída porque chegamos tão perto e não conseguimos, mas esse time superou a expectativas de muita gente e com certeza vem mais forte para a próxima temporada"

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