Com direito a protestos contra Jeff Agba, Franca vence Bauru e força quinto jogo no NBB
Fábio Balassiano
07/05/2013 11h20
Por Marcella Murari, direto de Franca (SP)
Antes mesmo da bola subir, era visível a irritação da torcida em relação ao jogador bauruense Jeff Agba e ao técnico Guerrinha. Faixas ("Jeff, o basquete brasileiro não precisa de gente como você" e "Bauru, sem tomate, é misto"), vaias, caras pintadas com as cores do uniforme francano, protestos e palavras nada carinhosas foram proferidas no começo, meio e fim da partida. E não era para menos. Após o pivô fazer uma jogada conhecida como "cama de gato", que resultou numa grave lesão do jogador e destaque francano nesta temporada, Jhonathan Luz, o STJD optou por puni-lo, constatando que a falta foi maldosa. Pouco tempo (isso mesmo) depois, o STJD mudou de ideia e voltou atrás na decisão. Ou seja, Jeff Agba enfrentou o Franca na sexta-feira e jogou hoje com seus companheiros, algo que foi muito mal visto não apenas pelos torcedores e repórteres regionais. O presidente da equipe francana se manifestou rigorosamente através de uma nota no sábado, e para o blog seu repúdio ficou ainda mais evidente quando José Guilherme Calil Maia definiu o episódio como uma grande oportunidade da LNB moralizar a parte jurídica do esporte dentro da própria Liga. "Falou-se tanto em fair play e a grande chance foi essa. A LNB voltou numa decisão que já estava tomada. Não era mais alçada deles, e sim, do STJD. Nós ficamos muito tristes e chateados com esta postura da entidade e principalmente da responsável pela arbitragem".
Jeff Agba fez dois pontos no início do segundo quarto e, pra variar, não ficou quieto. Ele resolveu provocar a torcida francana após receber uma falta de Antônio ao cravar uma bola com o jogo parado. Claro que todo mundo no ginásio o xingou e foi agressivo com o ato, o que deu ainda mais combustível ao americano, resultando em outros dois pontos. Lula percebeu que o pivô estava despertando do "sono eterno" bauruense e pediu tempo. Seus comandados reagiram e voltaram a pontuar. Kurtz deu lugar a um fraturado Lucão, que voltou à quadra com um dos dedos da mão esquerda imobilizado. Mesmo assim, ele pontuou e abriu 15 pontos de vantagem faltando quatro minutos para o fim do período. Andrezão fechou o quarto com uma bela cesta de três, diminuindo a diferença para 13 pontos. O segundo quarto terminou 38 a 25 (15 a 23).
A terceira etapa trouxe um Jeff ainda mais polêmico, bem na base do "faço sem querer querendo". Ele bateu, com maldade, no rosto de Lucas Mariano, mas o árbitro não marcou nada. O público, claro, não gostou do que viu, protestou e intensificou sua torcida, engrandecendo o basquete apresentado pelo Franca. O ataque não deixava barato e continuava pontuando, mas a defesa começou a vacilar e permitiu que o Bauru ficasse a apenas dois pontos do empate perto do fim do terceiro quarto. A reação dos visitantes revoltou quem estava assistindo ao jogo principalmente pelo fato do técnico Lula Ferreira não pedir tempo para ajustar as posições de seus jogadores e consertar seus erros. O quarto terminou 50 a 49 (12 a 24), e aquela superioridade vista no começo do embate ficou realmente para trás. O Franca não conseguiu segurar a ampla diferença que tinha no placar, caiu de produção e voltou para o último quarto disposto a vencer.
A vitória francana estava sendo consolidada com uma dificuldade desnecessária. Não era preciso todo esse sufoco final para arrastar a série e fazer o último jogo em Bauru. Bastava manter o ritmo inicial e errar menos. Mas, como resultado é o que importa nos playoffs, Franca garantiu a quinta disputa e venceu por 70 a 62 (20 a 13). E isso motivou os jogadores, como Cauê Borges, que afirmou "Vamos buscar a vitória no quinto jogo e manter o ritmo que impusemos a eles hoje". Lucas seguiu a mesma linha. "Nosso ataque fluiu, apesar das vaciladas no segundo e terceiro quarto de jogo. Não importa se meu dedo está quebrado ou não: não vou abandonar o time neste momento e vamos tentar a vitória em Bauru. Depois do jogo eu vejo", contou o pivô. E isso refletiu em Léo Meindl, que chamou a responsabilidade para si e não mostrou medo de ser cobrado pela torcida. "Prefiro sair daqui jogando coletivamente e tentando vencer. Melhor perder tentando que não tentar. Apesar dos desfalques (Jhonathan e Teichmann), nós vamos buscar mais um triunfo nesta competição".
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