Reflexão importante: o que o título do Pinheiros na Liga das Américas ensina aos clubes do país
Fábio Balassiano
15/04/2013 11h25
Neste fim de semana, o Pinheiros se sagrou campeão da Liga das Américas, seu primeiro torneio internacional conquistado na centenária história de um dos clubes mais tradicionais do país. Veio para coroar um dos trabalhos mais consistentes/persistentes/insistentes da diretoria comandada por João Fernando Rossi e também uma das melhores estruturas e gestões esportivas do país.
No ciclo de contratações entra o segundo mérito do Pinheiros. O da gestão segura, sem sobressaltos, sem loucuras. Depois de perder sua estrela maior (Marquinhos) e um dos melhores jogadores do NBB (Olivinha), o clube poderia ter alucinado o mercado, oferecido mundos e fundos para repor as peças desesperadamente. Mas não foi isso que a diretoria fez (sabiamente, aliás). Manteve-se fiel ao seu estilo de gestão austera (leia mais aqui no blog do site da LNB), a uma filosofia que é cultivada em todo clube ("o Pinheiros trabalha com uma norma de que todos os esportes de alto rendimento devem ser auto sustentáveis", disse Rossi ao veículo citado acima) e apoiou-se em sua brilhante estrutura.
É um modelo esportivo que dá certo, que foca na formação, na saúde financeira e na persistência – e vem dando certo há mais de 100 anos. O Pinheiros é um dos que menos leva pessoas ao ginásio no NBB. Acho que o clube pode pensar maior a partir de agora, usando o Ibirapuera para jogos grandes e investindo pesado em comunicação para lotar a sua casa, mas sinceramente é o menos importante. Dentro de um panorama com clubes fechando, salários atrasados, dinheiros públicos de prefeitura custeando esporte de alto rendimento e verbas de futebol bancando o basquete, o que o Pinheiros faz em termos de gestão (financeira, esportiva, estrutural) é absolutamente magnífico em formação, educação e alto rendimento.
Que sirva de lição para os demais clubes do país.
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