Melhor jogadora do país, Érika quer título inédito com o Sport-PE e pede respeito à modalidade
Fábio Balassiano
04/04/2013 15h01
BALA NA CESTA: Você recentemente disse que o que vocês, atletas do basquete feminino, estão passando no país é um absurdo. O campeonato começou atrasado, só com sete times e não teve nem returno. Chegou a um limite, não?
ÉRIKA DE SOUZA: Ah, cara, é uma vergonha o que acontece com a gente aqui. Todo mundo sabe que é um absurdo, uma falta de respeito com a gente e com os patrocinadores que investem no basquete. Tem empresa investindo muito dinheiro com jogadoras boas, mas infelizmente aqui no Brasil só se pensa no futebol e também agora no basquete masculino. Acho que em um time do Nordeste indo bem, indo longe, como é o nosso pode melhorar, evoluir, mas o campeonato precisa começar na data certa e não pode ser assim tão curto. Todo mundo tem que continuar trabalhando e unido e quem sabe podemos crescer um pouco mais o basquete feminino aqui no Brasil.
ÉRIKA: Olha, ainda não. Estamos em fase final de campeonato e não tive oportunidade. Só tenho cabeça pra pensar nas finais agora, e depois vou ter um mês pra pensar na minha vida de clube e seleção, e falar com ela.
BNC: Falando nisso, como vai ficar a questão do calendário? Sabemos que sempre pra você, que joga na WNBA, é um problema. Ano passado você saiu do time pra jogar a Copa América, e neste ano tem Sul-Americano e o Pré-Mundial com a seleção agora comandada pelo Zanon.
ÉRIKA: Comigo é sempre assim, né. Já estou acostumada a isso. Se não for complicado não sou eu. Tem que ter emoção, né (risos). Mas todo mundo sabe que eu abro mão do que for pra jogar pela seleção, isso é muito claro. Independente de estar na WNBA ou em outro lugar, quero sempre estar defendendo a seleção brasileira em qualquer competição. Podem contar comigo sempre.
ÉRIKA: Ah, a Ilha (do Retiro) vai estar lotada como sempre, né. O Caldeirão vai ferver, hein! Estamos muito animadas de poder jogar em frente a eles e conquistar esse inédito título para o Nordeste. Só temos, aliás, que agradecer a eles pelo apoio durante toda a competição. A torcida é o máximo, estão sempre com a gente, ganhando ou perdendo. Vai ser difícil, sabemos disso. Americana está ferido, mas temos uma missão pra cumprir. Sobre o primeiro jogo, começamos muito nervosas. Não jogamos como equipe, estávamos um pouco apáticas até, mas o time do Sport é um grupo forte e depois nos juntamos pra jogar o melhor basquete que temos. A chave é essa. Jogar coletivamente.
BNC: Por fim, como está sendo morar em Recife? Você está morando no Brasil depois de uma década morando fora (Europa e Estados Unidos) e é do Rio de Janeiro. Como está sendo a experiência?
ÉRIKA: Ah, espetacular, cara. Tem um sol pra cada um lá em Recife, é um calor danado, mas estou gostando demais. O Roberto (Dornelas, técnico) trata a gente muito bem, que nem filhas, e o carinho da torcida é imenso onde quer que a gente esteja. Espero continuar lá em Recife, ajudar o Sport, ajudar o basquete brasileiro. Sabemos que a fase não é muito boa, a fase é de troca-troca o tempo todo no basquete, mas quero ajudar no que for possível ao Sport e à seleção.
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