O que esperar dos próximos anos de Carlos Nunes no comando da CBB - vai melhorar?
Fábio Balassiano
08/03/2013 00h49
De todo modo, eleito que está, a pergunta que fica, agora, para Nunes é: o que esperar de sua gestão nos quatro anos que teremos pela frente?
Quem acompanha este espaço sabe quão crítico eu fui (e continuarei sendo, já antecipo) em relação a gestão de Carlos Nunes, certamente a que mais de perto pude fiscalizar/acompanhar junto com a parte final do governor Grego. E a verdade é uma só: Nunes foi uma catástrofe como presidente. Só foi eleito porque do outro lado havia um candidato cuja rejeição beira a totalidade não só entre os presidentes de Federação, mas na (odeio este termo) "Comunidade do Basquete". E isso não sou eu que digo. Um dos presidentes de Federação me confessou o seguinte no hotel em Ipanema: "Carlos Nunes não ganhou essa eleição por méritos de sua gestão. Sabemos de tudo o que ele fez lá. Mas ninguém aguenta o Grego, ninguém mesmo. Foi muito mais um voto contra um candidato do que a aprovação de quatro anos de Nunes como presidente".
Em seu período à frente da Confederação só acertou em duas coisas: ao trazer Rubén Magnano, que devolveu o país às Olimpíadas no masculino, e ao proibir, modificando o estatuto, reeleições eternas na entidade (ou seja: já podemos começar a contagem regressiva para a despedida de Carlinhos, como é conhecido, em 2017).
Sobre a questão técnica da coisa, Carlos Nunes foi igualmente catastrófico. Deixou de realizar mais de 11 campeonatos de base. Sequer pensou em criar um circuito de base decente, razoável, que envolvesse mais do que as federações, mas sim os clubes formadores, os verdadeiros "mantenedores" das seleções e times adultos. Não moveu uma palha para construir algo que foi prometido por ele em campanha, o tão sonhado Centro de Treinamento do basquete brasileiro. Deixou Hortência governar como bem entende, ou diz entender, uma modalidade feminina em frangalhos. Esqueceu de criar um departamento responsável pela popularização do esporte no país (o vôlei agradece, presidente!). Se apequenou nas palavras bonitas de Brunoro e deixou o agora dirigente do Palmeiras liderar todo o processo do basquete com sua equipe (gestão?). Não criou uma campanha sequer de comunicação quando da classificação às Olimpíadas depois de 455 anos. Não foi capaz, vejam só, de sequer fazer com que as novas camisas, da Nike e belíssimas por sinal, tivessem capilaridade em lojas de esporte para que o público que ainda teima em consumir a modalidade (porque só teimoso ainda consome o basquete depois de tanta zona) conseguisse comprar.
Será, então, que ele consegue fazer um bom segundo mandato? Conhecendo Nunes como se conheceu, a resposta óbvia é não. Se alguém tiver esperanças e quiser marcar o sim, é só apresentar algum argumento para confiar em alguém que ajudou, tal qual Grego fez em 12 anos, a afundar terrivelmente o basquete deste país.
Comentários abertos para um debate necessário pacas!
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