Com o título de Bauru na LDB, o surgimento de um grande jogador - Gui Deodato
Fábio Balassiano
04/03/2013 11h55
Terminou ontem em Brasília a Liga de Desenvolvimento de Basquete, a LDB. O Bauru (na foto) sagrou-se campeão ao fazer 23-10 no último período e 73-64 em Franca (demorou demais a travar o jogo o técnico Paulão, dos francanos). No terceiro lugar ficou o Flamengo, que bateu São José na segunda prorrogação por 82-79. O armador Gegê, naquele que pode ter sido seu último jogo na LDB, registrou o primeiro triplo-duplo da competição: 14 pontos (1/10 nos chutes), 12 rebotes e dez assistências em 47 minutos de jogo.
Sobre as partidas (vi três das quatro do fim de semana e as duas prorrogações de São José x Flamengo), dá pra dizer que o nível tático/técnico não é dos melhores. Há valores ótimos a serem lapidados, mas as partidas não foram muito bem jogadas, não. No sábado houve 28/70 de três pontos. Ontem, 28/113 (24,7%). No total das quatro pelejas, assustadores 30,6% em 56/183. Ou seja, houve 1,14 arremesso de três por minuto nos quatro jogos da LDB. Muita coisa, não? Os arremessos longos são, sem dúvida, uma praga do basquete interno. Outra coisa importante: é preciso rever os conceitos sobre quem pode, ou deve, jogar a LDO. Há atletas que já atuam com regularidade, tempo de quadra e frequência no NBB. Talvez seja o caso de deixar mais espaço, para a próxima edição que começa em junho/2013 e vai até fevereiro/2014, para atletas que realmente não jogam no adulto (diminuir a idade para Sub-21 ou Sub-20 é uma boa alternativa, creio).
Já atuando no adulto com regularidade e tempo de quadra (10,2 pontos e 26 minutos por jogo), Gui teve 22 pontos, cinco roubos, três assistências e dois rebotes no sábado contra o Flamengo e 23 pontos, nove rebotes, três assistências e três roubos na decisão de ontem contra Franca. Isso tudo sem sair de quadra nas duas partidas, hein (no estouro do cronômetro o rapaz ainda teve forças para pular a grade e dar um beijo em sua namorada).
Sob o olhar atento de Rubén Magnano (o técnico da seleção adulta via e anotava tudo – excelente!), Gui foi muitíssimo bem e mostrou as qualidades que têm: porte atlético asusstador (contra o Flamengo ele cortou pro meio e enterrou na cabeça de Diego Marques de forma incrível), ótima mecânica nos chutes (ele "tira" a bola bem do alto, sem chance para tocos ou roubos dos adversários), bom arremesso de três (10/25, ou 40%) e personalidade/confiança para decidir (no último período da final todas as bolas caíam em sua mão).
Não dá pra dizer que ele esteja pronto (não está), mas Gui merece ser chamado por Magnano para integrar a seleção de novos urgentemente (e acredito que nem para o argentino há esta dúvida). É um dos jogadores mais talentosos de sua geração, aquele que melhor consegue combinar força física e técnica e uma esperança de que a ala da seleção esteja preenchida por muitos e muitos anos.
Olho no rapaz, porque em breve ele vestirá a camisa da seleção brasileira adulta.
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