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'Armador', Kobe se transforma outra vez e Lakers vencem 3 seguidas - dá pra pensar em playoff?

Fábio Balassiano

30/01/2013 13h00

Depois da derrota para o Memphis Grizzlies fora de casa no dia 23, os jogadores do Lakers se reuniram (sem a presença dos técnicos). Steve Nash, o mais experiente e aparentemente sem medo da estrela da equipe, puxou a conversa: "Precisamos jogar como um time. Do jeito que está, não vai ser bom pra ninguém. Vamos parar de correr, porque não somos mais garotos, e vamos dividir a bola. Só tem um chutando, e o resultado está na cara de todo mundo". Recado mais claro a Kobe Bryant, o tal "só tem um chutando", não poderia existir, certo?

(Gostou da ilustração deste post? É de Neto78, ou Antonio de Padua Carvalho Neto, que enviou gentilmente pro blog. O cara é fera, e você pode olhar todo o seu trabalho clicando aqui)

Bem, Kobe Bryant entendeu a mensagem e os Lakers parecem querer se acertar. Depois do papo entre os jogadores, a resposta tem sido dada em quadra – e com cada vez menos chutes do astro (relembre aqui seus números no estudo que fiz sobre o camisa 24). Foram três vitórias seguidas (Utah, Oklahoma e ontem contra o New Orleans Hornets/Pelicans por 111-106), e em todas com Kobe com 11 ou mais assistências (39 em uma sequência de três jogos é o maior índice que ele já atingiu nos seus 17 anos de NBA, para vocês terem uma noção). Para ser mais exato, o ala teve mais PASSES do que CHUTES TENTADOS nesse período, algo inimaginável há duas, três semanas atrás. Para ser ainda mais exato: os angelinos têm 13-3 quando o astro chuta menos de 20 vezes no jogo – sintomática a estatística, não?).

Com média de quase 22 chutes por jogo nessa temporada, Kobe decidiu assumir a função de facilitador, de real comandante da equipe. Diminuiu seus arremessos (foram 11,3 nestes três últimos jogos, conversão assustadora de 58,8% e média de 16,3 pontos), confiou mais em seus companheiros (cinco ou mais atletas pontuam em dígitos duplos em todas as partidas desde a conversa pós-jogo do Memphis – ontem, quando o New Orleans tentava uma reação no final, Bryant passou para Earl Clark decidir no minuto final e na posse de bola seguinte rodou a bola para encontrar Steve Nash na linha de três pontos) e tem visto a média de pontos do time subir (106 nos últimos três jogos) junto com as vitórias que estão chegando (agora os Lakers têm 20-25).

Ainda é cedo para dizer se o espírito altruísta de Kobe Bryant vai realmente durar (ótima atitude, mesmo que tardia, de liderança, não?), mas está muito claro que os resultados parecem fluir mais facilmente assim (e é bom deixar claro, isso não tem nada a ver com o técnico Mike D'Antoni, como atestou Pau Gasol: "Não sei se estamos jogando muito o sistema de D'Antoni neste momento. Estamos fazendo o nosso próprio esquema, que passa por desacelerar o jogo, colocar muito a bola nas mãos de Kobe Bryant e a distribuir bem a bola").

Os Lakers estão em décimo no Oeste, atrás de Portland (23-22) e Houston Rockets (25-22), e agora terão uma dura série de sete jogos fora de casa (hoje contra o Phoenix, depois Minnesota, Detroit, Brooklyn, Boston, Charlotte e Miami em 10 de fevereiro). Se conseguir sair bem desta viagem, ou seja, com cinco vitórias (algo bem possível), os angelinos passam a lutar diretamente pelos playoffs. A missão é dura, é árdua, o time ainda não defende muito bem (principalmente na transição e nos pick-and-rolls), mas parece ter encontrado uma maneira de jogar: colocando as bolas na mão de Kobe Bryant e rezando para ele não chutar na primeira oportunidade que aparece.

Será que os angelinos ainda conseguem pegar uma vaga nos playoffs?

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