Correspondente BNC: Bial fala sobre Basquete Cearense e projeta medalha no Rio-2016
Fábio Balassiano
18/01/2013 11h30
Por Jackson Alves, direto de Brasília (DF)
Alberto Bial ama o basquete. Em quadra, transpira paixão. Fora dela, fala com eloquência e a mesma emoção dos 40 minutos anteriores. Em seu terceiro projeto longe do eixo Rio-São Paulo (Goiânia, Joinville), ele agora comanda o Basquete Cearense, que ontem venceu o Vila Velha por 95-86 para atingir a oitava vitória em 14 jogos na competição, a primeira de um time no Nordeste no NBB. Conversei com ele depois do jogo contra o Brasília nesta semana, na capital federal.
ALBERTO BIAL: Não posso sonhar diferente de 3 vitórias nas próximas três partidas. Os nossos objetivos, assim como de todas as equipes, podemos pensar em título, final, semifinal ou até entre os oito, como era nossa meta no início, mas o time está tomando um jeito onde podemos nos habilitar a um sonho bem maior.
JA: O que você tem achado do momento vivido pelo basquete em Fortaleza?
AB: É um momento muito importante para o basquete brasileiro e estou orgulhoso por estar capitaneando esse projeto. Temos que popularizar e descentralizar o esporte. Por muito tempo o basquete teve sua força maior no Sudeste, principalmente em São Paulo, e, apesar de isso ser ótimo, é importante ter uma equipe de alto rendimento no Ceará. Temos nos empenhado muito nesse projeto. Para você ter ideia já triplicamos o número de crianças nas escolinhas e estamos abrindo outras escolas em outras cidades do Estado.
AB: Não estou aqui para achar culpados mas é uma pena que no Brasil tenhamos uma diferença tão significativa dentro do mesmo esporte. Para reverter essa situação, temos que trabalhar onde há polos que desenvolvem o basquete feminino – e onde nós temos não fechar não podemos fechar. O basquetebol feminino sempre trouxe grandes conquistas, e está aí o exemplo do vôlei feminino, que trouxe um bicampeonato olímpico numa virada extraordinária dentro da competição. Temos que olhar para o esporte feminino. O Brasil, com o projeto de grande potência olímpica que tem, deve correr atrás disso.
JA: O Projeto Amigos do Vôlei (coordenado pelas medalhistas olímpicas Leila e Ricardo) tem o apoio de empresas para desenvolvimento deste esporte. Você acha que no basquete falta um ícone para atrair investidores?
AB: Esse tipo de projeto o basquete já desenvolve em vários setores. Nós também temos grandes jogadores aqui. O Alex é um dos maiores jogadores que já vi atuar em nosso país, temos o Marcelinho no Flamengo, o próprio Rogério no Basquete Cearense. Temos uma deficiência em termos de gestores esportivos, disso não tenho dúvida. Temos que formar mais gestores nesta área.
AB: Faço o meu no que acredito: trabalho em equipe. Mostro que o egoísmo, a falta de solidariedade é um câncer. É difícil, mas lutamos para que todos tenham o mesmo interesse, sem vaidades, o amor pelo basquete e a constante reciclagem.
JA: Projetando daqui a 3 anos, que futuro você vê para o basquete brasileiro nas Olimpíadas de 2016?
AB: Vejo uma medalha, um pódio, e espero estar próximo a esse pódio, trabalhando em prol do basquete brasileiro.
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