Com a saída de David Stern do cargo de comissário da NBA, o que muda na liga?
Fábio Balassiano
26/10/2012 00h02
A primeira pergunta que fica é: mas por que diabos David Stern saiu fora? Não é uma questão fácil, e tem muito a ver com a própria idade dele (70 anos recém-completados), mas não é só isso. Stern passou por duas discussões amplas de locaute, e na última, a da temporada passada, desgastou-se muito com os atletas (comenta-se que ele colocou o dedo na cara de Dwyane Wade, tendo chamado o ala de Miami de moleque…) quando assumiu a função de ser o negociador dos proprietários das franquias da NBA.
Depois, e isso também é importante, talvez a liga precise mesmo de uma repaginada, de uma postura mais agressiva para voltar a crescer depois da crise econômica dos Estados Unidos. Stern foi o grande responsável pela primeira onda de globalização da NBA (e é impossível não reconhecer o mérito dele nisso – sério mesmo, o cara colocou a liga em todos os cantos do mundo), mas, conforme ele mesmo disse em sua entrevista coletiva de ontem na sede da entidade, para nova fase de crescimento/desenvolvimento novas cabeças precisarão pilotar a máquina.
David Stern foi o melhor comissário-geral da história da NBA, tendo-a transformado de uma liga marginal em uma popular e querida não só nos Estados Unidos, mas em todo mundo (ele ajudou a colocar Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird e outros em atletas conhecidos em todo planeta). Não creio que haverá mudança em termos estruturais nem em termos de gestão, mas chegou a hora de a liga dar o próximo passo.
Vejamos se Adam Silver será um condutor tão hábil e inteligente quanto foi David Stern nos últimos 28 anos.
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