As notícias boas da seleção Sub-17 que terminou hoje o Mundial da Holanda em penúltimo lugar
Fábio Balassiano
25/08/2012 15h00
Kawanni é uma ala de 1,84m que tem estilo parecido com o de Joice e Isabela Ramona, atletas que se destacaram no Mundial Sub-19 do Chile do ano passado por causa do potencial físico e da boa defesa. É alta, forte e NÃO pode jogar na posição quatro – que seja, portanto, treinada em seu time, o Osasco, na 3, a ala. Kananda, a caçula do grupo (16 anos), já atuou até na LBF por Ourinhos, tem 1,78m e pode aprender. Outra jovem valiosa é Monique Teresa (de Americana), que completou 16 anos durante o Mundial (21 de agosto) e não sentiu tanto a pressão. Terminou com sete pontos e 9,9 rebotes de média, além do bom aproveitamento de 46,2% nos arremessos
Mas o nome que mais chama a atenção é o de Izabella Sangalli (foto à esquerda). Falei sobre ela aqui ano passado depois da Copa América, e fui duro demais com uma menina de 16 anos. O desempenho dela evidentemente não foi bom (apesar dos 11,4 pontos e 5,1 rebotes, foram apenas 23% de conversão nos arremessos e 4,4 erros por partida), mas deve ser relativizado.
Melhor jogadora da Copa América em 2011, ela começou o Mundial deste ano com tudo (23 pontos e cinco rebotes contra o Japão), e se já era o nome a ser marcado no Brasil, passou a ser ainda mais. Aí entra a comissão técnica da seleção. Sabia-se que Izabella seria vigiada, marcadíssima, e nenhuma alternância de movimentos foi feita. Ela continou por muito tempo em quadra e com a mesmíssima responsabilidade de decidir. Muita coisa, não? Deu no que deu. Izabella é talentosíssima, se cobra horrores (o que é bom!) e já tem treinado com o time adulto de Americana. Se for bem trabalhada, certamente renderá frutos. Tem mais de 1,80m e pode, sim, ser uma das boas alas a serem observadas neste próximo ciclo olímpico.
Atuando em Jundiaí, terá tempo de quadra nas divisões de base (talvez até na categoria juvenil), mas já precisa pensar no próximo passo. Como seu clube não atua na LBF e não tem equipe adulta, temo que seu desenvolvimento seja desacelerado por isso. É bom a CBB e a própria atleta monitorarem isso com carinho. Carla é talentosíssima, não tem medo de enfrentar adversárias mais altas e fortes e pode também ser olhada para integrar a equipe nacional adulta mais pra frente.
Acharei lamentável e uma pena caso a Confederação Brasileira não invista mais nestas meninas. Há ótimos valores por ali, meninas altas, fortes, talentosas e a seleção adulta e os campeonatos internos precisam muito de caras novas. Izabella e Carla são os dois maiores exemplos, expoentes, de uma geração que terminou muitíssimo mal o Mundial Sub-17 que participou, isso é fato. O outro é que no meio de resultados tão ruins ainda é possível extrair coisas boas.
Que a CBB não durma mais uma vez no ponto.
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