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Especial 20 anos do Dream Team: Marcel conta como foi a véspera do duelo contra os EUA

Fábio Balassiano

30/07/2012 17h00

O Brasil enfrentaria o Dream Team dos Estados Unidos no dia 31 de julho de 1992. Antes, havia perdido por muito da Croácia (93-76, com 22 pontos de Drazen Petrovic), por apenas um da Espanha (101-100 apesar dos 44 pontos de Oscar Schmidt) e vencido de Angola por 76-66. O blog foi conversar com Marcel de Souza (quatro Olimpíadas, cinco Pan-Americanos e cinco Mundiais), que se despediria da seleção brasileira naqueles Jogos de Barcelona. Confira a rápida entrevista do eterno camisa 11 do time.

BALA NA CESTA: No dia 31 de julho de 1992, a seleção brasileira enfrentaria o Dream Team dos EUA nas Olimpíadas de Barcelona. Na véspera do grande duelo, como foi a preparação?
MARCEL DE SOUZA: Como todas as outras.  Treino pela manhã e jogo à noite, pois o  Dream Team só jogava à noite. Não dava pra mudar muita coisa, já que o resultado a gente já imaginava qual seria.

BNC: Houve algum momento inesquecível, engraçado ou curioso que você possa nos contar?
MDS: Eu quase dei um toco no Michael Jordan, sério. É só rever o jogo..

BNC: O Brasil perderia por 127-83, mas você marcou 12 pontos nos 18 minutos em que atuou. Do que você mais lembra?
MDS: Eu me lembro que o Scottie Pippen e o Clyde Drexler passavam por mim como faca quente na manteiga. Eu dei um tapão na mão do Barkley, que vinha na bandeja, e ele nem sentiu. O cara fez a cesta e saiu rindo. De todo modo, não sentimos como se um trator passasse em cima de nós. Eles abriram 30 pontos e ficaram enrolando. Não deu nem pra notar.

BNC: Muita gente compara times americanos com o Dream Team de 1992. Pra você, existe algum tipo de possível comparação, ou é devaneio?
MDS: Naquele momento não havia nada de melhor no mundo. Hoje o próprio exemplo deles levou as outras equipes a diminuir a distância entre nós, mas ainda seguimos muito longe de ver o que assistimos em Barcelona. Dizer que não vai mais acontecer talvez seja exagero, mas que é muito difícil, é.

BNC: Quando você foi pra Bradley University, imagino que tenha visto muitos jogos de Magic Johnson, Bird e companhia. Imaginou enfrentá-los, todos juntos, algum dia?
MDS: Certamente que não, mas veja como as coisas são engraçadas. O Larry Bird, por exemplo, eu acabei nunca enfrentando, pois ele não estava na quadra quando eu estava (ou vice-versa). Eu joguei contra o Magic Johnson aqui no Brasil quando a Michigan State fez dois torneios contra a seleção brasileira antes do Mundial das Filipinas em 78. Ganhamos no Rio de Janeiro, perdemos na segunda prorrogação em São Paulo e ele sempre menciona esses duelos que fizemos aqui no país. Contra o Michael Jordan, além Barcelona, joguei contra ele duas vezes no Pan de Caracas 83. Perdemos a primeira por três pontos, e a segunda, por oito. Fomos vice-campeões.

BNC: Barcelona-1992 foi a sua despedida olímpica da seleção brasileira e a penúltima participação brasileira nos Jogos até Londres-2012. Muita coisa mudou, não? Naquele ano o Brasil terminou em quinto, atrás apenas dos EUA, Croácia, CEI e Lituânia.
MDS: Isso mesmo. De lá para cá o jogo se transformou muito, as portas da NBA se abriram, as regras mudaram e o Brasil infelizmente perdeu espaço internacional.

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