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Seleção masculina está em alta, mas quais são os perigos em Londres? Confira!

Fábio Balassiano

19/07/2012 00h59

Bem, todo mundo sabe que a seleção masculina está em alta. Venceu a Argentina, bateu a Grécia, jogou bem demais contra os Estados Unidos e tem marcado como talvez nunca uma equipe nacional brasileira tenha feito. Na próxima semana eu farei uma análise dos adversários do Brasil na primeira fase dos Jogos Olímpicos de Londres, mas ontem fiquei pensando nos problemas que o time de Rubén Magnano pode encontrar na competição. Vamos lá:

1) Acho que este é batata e todo mundo irá concordar. Marcelinho Huertas não poderá descansar muito. Não existe +/- no site da CBB para as partidas do Brasil na fase preparatória, mas é assustador o que acontece com a seleção quando o armador titular vai pegar um pouco de ar. Contra os EUA, segundo dados da ESPN, com Huertas em quadra o Brasil venceu por 60-57; sem ele, perdeu por 23 a 9. Isso sem falar das assistências. Contra os norte-americanos, foram 13, mais do que TODO o time de Coach K na partida. Coloquei outro dia no Twitter, e é verdade: quando você olha pro Raulzinho jogando e fica pensando em como seria com o Nezinho em quadra é porque a situação não é lá muito boa…

2) Mais importante do que se preparar psicologicamente, eu sei, é treinar, e isso Magnano tem feito, mas é bom não esquecer da cuca. Querendo ou não, esta é a primeira Olimpíada desta geração, e muito provavelmente a única do núcleo formado por Giovannoni, Marcelinho Machado, Larry Taylor e talvez Alex. E a estreia é contra a Austrália, jogo que está longe de ser uma baba. Um revés seria péssimo para os planos de medalha do Brasil.

3) A defesa é o destaque brasileiro nesta fase de amistosos, sem dúvida alguma, mas fico pensando em como será diante de times cujo ritmo de jogo é mais lento, cadenciado mesmo. Veremos um pouco disso contra a França nos amistosos deste fim de semana, e contra Rússia e Espanha nas Olimpíadas. O abafa que o Brasil tem aplicado na bola ("presión na bola", como diz o Magnano) funcionará também? Ainda sobre a marcação, contra os EUA Magnano cercou o garrafão para impedir as bandejas, liberando os chutes (risco, mas deu certo). E quando os arremessos longos caírem, como será?

4) Ainda acho que o ataque precisa de mais ajustes. Grande parte das jogadas ofensivas do Brasil saem dos bloqueios dos pivôs na cabeça do garrafão (e isso é facilmente marcável). Pode ser que Magnano esteja escondendo o jogo para Londres (não duvido muito que algumas jogadas estejam na gaveta), mas embora a evolução seja muito nítida, a bola pode rodar mais no ataque e os pivôs ainda podem ser mais acionados.

5) Comentei ontem com o Gian, meu vizinho aqui no ótimo Vinte Um, que a seleção ainda possui momentos de loucura que lembram o time do começo de século. Magnano conseguiu tirar boa parte desta, digamos, loucura dos tiros longos e pouco pensados, mas não tudo (seria demais isso, falei pro Gian). Fico com medo de Alex insistir em tiros longos (que, a gente sabe, não são confiáveis), Marcelinho Machado desembestar a chutar (lembrem-se do que falei do avião no Twitter…) e Larry Taylor achar que Londres é NBB, por exemplo. E, é bom lembrar, a distância de uma medalha para um oitavo, nono lugar de uma competição como as Olimpíadas pode ser um tiro louco, a gente sabe bem.

Listei alguns pontos, e certamente há outros, mas de verdade acho que há muito mais prós do que contras (acho que vocês têm lido isso por aqui, né). Concorda comigo? Algo mais te preocupa? Comente!

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