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Acabou o encanto? New York Knicks não deve cobrir oferta e pode perder Jeremy Lin

Fábio Balassiano

15/07/2012 12h17

Escrevi no dia 1/4/2012 que Jeremy Lin, então com em recuperação de uma lesão no joelho, poderia não mais vestir a camisa do New York Knicks. Valorizado depois da Linsanity (clique aqui e aqui), ele recebeu uma proposta do Houston Rockets (US$ 25 milhões por três anos de contrato). Os Knicks têm até terça-feira para cobrir a oferta, mas pelo que a ESPN dos EUA informa em seu site, os nova-iorquinos já estão em outra. E 'em outra' leia-se em Raymond Felton, errático armador que já jogou na Big Apple inclusive.

Caso acerte com Felton não haveria mais motivo, e nem espaço na folha salarial, para assinar por US$ 25 milhões com Lin, já que Jason Kidd e Pablo Prigioni (o argentino deve aceitar o salário mínimo da liga, US$ 475 mil/ano) estão praticamente certos em Nova Iorque. Com isso, a história de conto de fadas de Jeremy Lin, o nerd que veio da Harvard para ser um dos nomes mais interessantes da última temporada (pelo seu basquete e pelo inusitado de toda a história de vida/carreira dele), tem tudo para ter acabado em uma das franquias mais tradicionais da NBA (além dele, os Knicks não devem cobrir a oferta do Toronto de US$ 20 milhões por três anos para Landry Fields também).

E o mais estranho disso tudo é que Jeremy Lin teve 14,6 pontos, 6,2 assistências e 3,1 rebotes nos 35 jogos que disputou na temporada passada, e seu impacto maior foi no que ele gerou de receita para os Knicks na temporada passada (sua camisa foi a segunda mais vendida e outros números aqui), algo que decididamente Felton não conseguirá trazer (em termos técnicos dá até pra discutir quem pode render melhor em um time que contratou os veteranos Kidd e Marcus Camby). Como bem disse Darren Rovell, brilhante repórter que fala sobre negócios do esporte, se Lin mantiver razoavelmente seu nível de atuações, ele "se paga" com sobras em ingressos, camisas e patrocinadores para qualquer franquia da NBA.

Não deveria assustar, porque neste mundo em que sentimentos são tão líquidos e rápidos (salve, Zygmunt Bauman), mas é estranho ver que alguém que chegou a ser cogitado para o Jogo das Estrelas tenha sido tão rapidamente descartado dos planos do Knicks para o presente e o futuro.

O New York Knicks ainda tem até 23h59 de terça-feira (17/7) para rever os conceitos e quem sabe manter Jeremy Lin no elenco para as próximas três temporadas, mas não é o que deve acontecer. Acabou o encanto rápido, não?

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