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Coluna ExtraTime: Hakeem Olajuwon, o grande irmão de LeBron James

Fábio Balassiano

27/06/2012 16h40

Antes do jogo 5 das finais de 2011, Dwyane Wade e LeBron James (relembre aqui) chegaram ao ginásio e brincaram com a gripe de Dirk Nowitzki. Simularam uma tosse, e sacanearam o alemão, que jogou fora de suas condições ideais no duelo anterior. Foi uma atitude deselegante, pouco educada, infantil e idiota. E quem diz isso não sou eu, mas o próprio Dirk Nowitzki, que calou a boca, com ou sem tosse, da dupla do Miami com o título do Dallas.

Um ano se passou e muita coisa mudou. Pat Riley gastou horas de sua gomalina e saliva convencendo LeBron James a deixar de tentar ser Michael Jordan nas férias. Indignado, telefonou para Magic Johnson, seu comandado em Los Angeles, e pediu para o melhor armador de todos os tempos falar com LeBron para dar umas dicas. Mas James tinha outros planos. Queria falar com uma figura tão enigmática quanto ele.

Então LeBron ligou para Hakeem Olajuwon e marcaram de se encontrar. Hakeem, que já havia treinado com Kobe Bryant no ano anterior, foi para a quadra "armado" de bola, short, camisa e, conta ele, alguns energéticos para aguentar a força física do ala do Miami. Mas não era só no jogo de post-up (costas para a cesta) que James estava interessado, não.

Morando atualmente na Jordânia com seus sete filhos, LeBron James perguntou a Olajuwon como um muçulmano se adaptou a um país tão diferente em termos de costume e tradições, e quis saber se ele, Hakeem, não se sentira sempre um estranho no ninho, uma pessoa vista e tratada de forma diferente. Bingo!

LeBron não é mulçumano (nem sei qual é a religião dele), mas se a parte técnica dele evoluiu horrores (o que ele fez no jogo de costas para a cesta contra James Harden foi sensacional nas finais), estava claro que era a parte psicológica dele é que precisava mudar, evoluir. Se ele se via como um diferente, que tratasse de se transformar, de chegar perto do que ele realmente acreditasse ser o correto.

E LeBron entendeu tudo direitinho. Depois de ganhar o seu primeiro anel de campeão, puxou o telefone e ouviu de Olajuwon que se ele jogou isso tudo no primeiro ano de aulas, no segundo ele estaria ainda melhor. James agradeceu, marcou novo período de treinamento com o inesquecível pivô do Houston Rockets e agradeceu.

Chorou como um menino, joga como gente grande, poderá se tornar um mito do basquete.

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Coluna originalmente publicada em 26.06.2012 no ExtraTime, site hospedado no UOL.

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