O vice-campeonato da Sub18 na Copa América e as lições de conquistas passadas na base
Fábio Balassiano
21/06/2012 11h39
Se não dá para avaliar o sistema do treinador da Sub18 pelos números (foram apenas cinco jogos, muito pouco), fácil é desvendar o que se passa na cabeça de Demétrius como técnico. Tarado por defesa e comprometimento, essas foram as chaves do time que chegou a final ontem. Ponto para ele, ponto para o grupo que acreditou no (bom) discurso do treinador. Mas, e sempre há um porém, vocês sabem bem, histórias de sucesso nas divisões de base falam muito pouco sobre o futuro dos meninos, e meninas, nas categorias adultas.
Da seleção brasileira vice-campeã mundial Sub21 feminina em 2003, apenas Érika vingou no altíssimo nível (Europa e WNBA). O time de Neto que foi quarto colocado no Mundial sub19 da Sérvia em 2007 teve Paulão e Betinho como destaques, mas ambos, como se vê cinco anos depois, não foram muitíssimo longe.
Indo um pouco mais próximo, do time que foi vice-campeão da
Ou seja, e acho que não é necessário repetir isso aqui sempre: ir bem na base é ótimo, mas não garante nada quando o bicho realmente pega, na categoria adulta. Primeiro porque os próprios clubes meio que "boicotam" os jovens no adulto, apostando no produto certo, no veterano que já sabe alguma coisa e que não precisa ser muito ensinado. Depois porque os próprios jovens por vezes saem do país para sonhos irreais, sem ter estrutura (emocional, técnica e física) para isso. E por fim, porque o mercado interno é pequeno, quase diminuto mesmo (com a criação da segunda divisão do LNB esta situação pode melhorar um pouco, e eu espero que no feminino mais clubes surjam para as meninas jogarem o quanto antes).
Por isso, mais do que nunca, é torcer para que a CBB siga investindo nestes jovens meninos, dando-lhes condições para chegar a profissionalismo sem tantos sustos (não dá pra pensar que sendo a Sub19 a última seleção de base o trabalho da Confederação termina, né), e que LNB e clubes sentem e conversem com a entidade máxima sobre como fazer com que a transição base-adulta seja menos traumática, para dar mais resultados aos formadores e, claro, aos atletas.
Parabéns a Demétrius e atletas, mas espero que a felicidade da conquista não se torne glória única na carreira destes jovens que têm tudo para vingar em grandes palcos.
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