Sobre as escolhas dos jovens brasileiros para a temporada 2012-2013 do NBB
Fábio Balassiano
14/06/2012 11h40
Os francanos sabiam que precisariam remodelar seu modelo de basquete, rejuvenescer a equipe. Trouxeram um técnico experiente (conteste seus métodos, mas jamais esqueça de suas conquistas…), Lula Ferreira, formaram uma espinha dorsal importante com os experientes Figueroa, Teichmann e muito provavelmente Cliff Dixon, irmão de Kevin Durant (leia mais aqui) e numa mostra de que o projeto será de médio para longo prazo, contrataram nos jovens Jefferson Socas (ex-Real Madrid e muitíssimo bom jogador – ele pode ser aproveitado como ala-armador e armador), Ricardo Zanini, Cauê Borges, Jonathan Luz (ex-Limeira), Cauê Borges (ex-Minas) e Jerônimo (Joinville). Isso sem falar em Felipe Taddei e Lucas Mariano, da base francana, que deverão ter espaço. Não vai, evidentemente, dar resultados para agora, mas o pensamento é bem bacana e merece aplausos – e eu só torço para que a pressão da cidade por resultados não altere o planejamento da diretoria em caso de eventuais, e até prováveis, tropeços.
Por outro lado, eu confesso a minha preocupação com nomes importantes e até então taxados como promessas do basquete brasileiro. Não posso, de modo algum, criticar as decisões de cada jogador, mas confesso o estranhamento ao ver o que fizeram Vitor Benite, Gegê e Ricardo Fischer (para ficar em apenas três nomes).
O primeiro, que surgiu muito bem em Franca na temporada retrasada, foi para Limeira e não evoluiu absolutamente nada (já falei sobre isso aqui). Suas médias se mantiveram praticamente inalteradas (15 pontos, 3,3 assistências e 2,5 rebotes em 2011-2012 contra 14,7 pontos, 2,9 assistências e 2,3 rebotes), seu físico manteve-se igual e sua defesa, mesmo com Demétrius, não melhorou muito, não.
Apenas como comparação. Em 2011, Raulzinho foi cortado da seleção que foi ao Pré-Olímpico na Argentina. Vitor Benite ficou no elenco. Um ano se passou, e o que aconteceu? Raulzinho foi pra Espanha, deu a cara pra bater, sofreu com um basquete diferente, mas mostrou força e evolução. Está praticamente garantido no grupo que vai a Londres. Benite? Não deve ficar entre os 12 de Magnano. Sintomático, não?
Sobre os armadores Ricardo Fischer (12 minutos por jogo) e Gegê (18,2 minutos), a situação é diferente, mas não tão favorável. O primeiro, convidado para treinar com Rubén Magnano, saiu da reserva de São José (Fúlvio) para ser suplente em Bauru (Larry Taylor). O segundo, que foi bem pelo Tijuca em sua primeira temporada no basquete profissional, foi contratado pelo Flamengo. Será reserva de Kojo e do próprio Benite em um time cujos minutos serão disputados a tapa. De verdade acho que ambos precisavam, e mereciam, mais espaço, para o bem de suas carreiras.
Se escrevo isso tudo, é justamente porque me preocupo com o futuro dessa galera que precisa, sim, de confiança e, o principal, muito tempo de quadra (principalmente os armadores, que demoram mais para se desenvolver mesmo). É bom lembrar que a atual geração tem tido problemas terríveis nos grandes jogos, nos jogos internacionais e (o pior) continua "tomando pau" da "velharia" nas competições internas. Para se ter uma ideia, não houve, entre os 18 primeiros cestinhas do NBB4, nenhum atleta com menos de 21 anos na lista. Quem foi o 19º? Vitor Benite, de quem já falei horrores acima. Depois dele, apenas Matheus Dalla, o 36º. Para uma galera que precisa de espaço, talvez as decisões não estejam sendo bem tomadas.
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