No dia 31 de maio de 2004, o Los Angeles Lakers precisava vencer o Minnesota em casa para chegar à final da NBA pela quarta vez em cinco temporadas. Naquele time figuravam Kobe Bryant, Gary Payton, Shaquille O'Neal e Karl Malone, mas a noite foi de Kareem Rush, o ala canhotinho da Universidade de Missouri que àquela época, um jogador de segundo ano, não registrava mais do que 6,4 pontos de média na temporada. Mas aquela segunda-feira ela dele, Rush. Ele saiu do banco, matou seis bolas de três seguidas, terminou com 18 pontos e foi o principal responsável pela vitória dos Lakers por 96-90.

Oito anos se passaram, Rush rodou por Charlotte, Indiana e Clippers, mas problemas de lesão e confiança nunca o levaram longe (hoje ele joga a D-League). Mas ontem, sábado, 12 de maio, eu lembrei dele quando vi Steve Blake (foto), sempre tão criticado por este blogueiro, cravar cinco bolas de longe para incendiar o Staples Center na vitória sofrida dos Lakers no jogo 7 contra o Denver por 96-87. Pau Gasol foi um monstro (23 pontos, 19 rebotes, seis assistências e quatro tocos), Kobe Bryant matou uma bola no final, Ron Artest marcou muito bem (Danilo Gallinari e Andre Miller, vigiados por ele, tiveram 2/19 e nove erros), mas a noite foi de Blake.

O cara tem as médias de 23 minutos por jogo, 33,5% nos chutes de três pontos e 5,2 pontos, mas sabe-se lá com que força conseguiu matou cinco bolas de longe – e justamente quando Kobe Bryant, cansado, castigado, apenas forçava a dobra para passar a bola em seguida. Foi a sua maior marca na temporada, diga-se.

Blake é tímido, não fala muito, parece um daqueles nerds da escola que todo mundo gosta de ignorar e pode até ter um futuro parecido com o de Kareem Rush (o do anonimato). Mas uma coisa é certa: na história dos Lakers, o dia 12 de maio de 2012 é dele. Já é muita coisa.

Abaixo os vídeos com as cestas de Kareem Rush e os melhores momentos de ontem!

BLAKE