Topo

A minha análise sobre o Balanço Financeiro de 2011 da Confederação Brasileira

Fábio Balassiano

10/05/2012 01h57

Como você pôde ler no post de ontem e no que está logo aqui embaixo, já temos o Balanço Financeiro da Confederação Brasileira referente ao ano de 2011. Amanhã trarei a análise de dois especialistas no assunto, duas pessoas que já fizeram este trabalho em 2011 (veja mais aqui – no menu lateral à direita) e que obviamente entendem muito mais do que eu do lado financeiro/contábil da coisa. Mas algumas coisas eu, jornalista e fuçador, consegui pescar. Vamos lá:

1) De fato a receita da Confederação é de R$ 25,2 milhões, um crescimento de quase 50% em relação aos R$ 17 mi de 2010. Entretando, se isso parece bom, as despesas também cresceram. Saltaram de R$ 19 milhões (ou seja, já havia déficit em 2010) para R$ 27,8 mi em 2011. Ou seja do ou seja: a entidade, que já fechou no vermelho há dois anos, fechou da mesma maneira no final do ano que passou.

2) Sobre as receitas, há fatos bastante interessantes ali. A Confederação recebeu R$ 2,3 milhões via Lei de Incentivo (baita grana), mas não usou como deveria (amanhã uma análise mais profunda sobre isso). Há uma outra linha interessante, que rendeu R$ 1,4 milhões aos cofres da entidade chamada 'Convênio'. Confesso não entender o que 'convênio' quer dizer.

3) Nas despesas, aí sim começa o "show" de horrores da CBB. O gasto com pessoal aumentou quase 50% (de R$1,7 mi para R$2,4 mi), os custos administrativos subiram de R$7,2 milhões para R$ 9 mi e as competições nacionais subiram de R$ 1,4 milhões para R$ 5,6 milhões. Aí, sim, entra uma dúvida importante: o que seriam essas 'Competições Nacionais', visto que a CBB não organiza mais nacionais adultos? Será que apenas com campeonatos de base? De verdade eu não creio.

4) Lembram que antes de a Nike "vestir" a seleção brasileira, a patrocinadora de uniformes era a Champion? Pois então. A empresa cobra na Justiça (o processo já está correndo) da CBB o montante de quase R$ 4,2 milhões, como explica a Nota Explicativa número 14. Além dela, e isso não é culpa da gestão de Carlos Nunes, a Confederação perdeu o processo para a Sportlink, de João Henrique Areias, e teve que pagar quase R$ 600 mil ao competente profissional de marketing.

5) Aqui há algo bem grave. No começo deste ano, a Eletrobrás, principal mantenedora da Confederação (R$ 12,5 milhões em 2011) deduziu R$ 825.707 da parcela contratual de 2012 alegando que a entidade máxima utilizou este dinheiro para pagamento de tributos e contribuições não passíveis de cobertura contratual em 2011. Ou seja: o dinheiro da empresa pública, que deveria ser utilizado para o projeto de basquete do país, foi usado para outro fim – e isso não estava permitido em contrato.

6) A CBB pagou, em juros bancários pós-empréstimos contraídos por ela, cerca de R$ 1,2 milhões em 2011, quase 50% a mais que em 2010. Somando todos os empréstimos contraídos pela CBB, ela deve pagar aos bancos R$ 4,3 milhões. Muita coisa, não?

7) Por incrível que pareça, para uma entidade que está em estado financeiro péssimo, a Confederação teve fôlego para comprar um veículo de R$ 40.000,00. Qual a sua utilização? Ninguém sabe.

Esta é a minha análise. E a de vocês? O que acharam do balanço da Confederação Brasileira? Opiniões na caixinha!

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

A minha análise sobre o Balanço Financeiro de 2011 da Confederação Brasileira - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.


Bala na Cesta