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Brasília supera vícios, vence Cocodrilos e encaminha classificação na Liga das Américas

Fábio Balassiano

14/04/2012 01h00

Acabei de voltar do Fox Sports, onde comentei a primeira rodada do quadrangular da Liga das Américas. E foram dois jogos bem interessantes. No primeiro, o Unión, de Formosa (Argentina), deu um trabalho danado ao Capitanes, time de Porto Rico e favorito a uma das duas vagas. Comandou as ações no primeiro tempo através do trio Marín-Lewis-Smith, abriu boa vantagem e foi para o intervalo com cinco pontos de frente. Mas na segunda etapa o experiente Danilo Pinnock abriu os trabalhos com oito pontos seguidos, o time de Arecibo entendeu que aquilo ali era a sério e venceu a peleja por 72-68 após Troy Smith, o bom armador norte-americano do Formosa, fazer duas besteiras homéricas a dez segundos do fim. Ike Diogu, ex-NBA, foi muito bem pelo Capitanes em sua estreia (23+8).

No jogo de fundo, Brasília começou atropelando os donos da casa. O Cocodrilos fazia uma das piores transições defensiva dos últimos anos, e os brasilienses abriram 12 logo, logo. Mas no segundo período tudo mudou. Nestor Salazar ordenou que os venezuelanos marcassem por zona, e aí o time brasileiro se complicou (como quase todo time brasileiro se complica quando joga por zona). Chutem o que fez Brasília? Chutou, chutou e chutou de fora. Errou, errou e errou de fora, melhor dizendo (8/27), e viu a sua vantagem escorrer pelo ralo, o rival crescer na peleja e a derrota no radar. Isso com Alex e Nezinho com quatro faltas em boa parte do último período.

A sorte, a grande sorte, é que de uma hora pra outra Brasília começou a jogar como se deve jogar contra defesas por zona (ao contrário do que pediu o técnico José Carlos Vidal, que insistiu para que seus atletas chutassem, a equipe simplesmente viu que seguir arriscando chutes tortos seria suicídio e passou a jogar com a cabeça em primeiro lugar).

O time colocou Giovannoni (foto) na linha do lance-livre para que ele fosse o "quebrador" da defesa adversária. O camisa 12 distribuiu passes, ficou em posição de tríplice ameaça (drible, passe e arremesso), fez pontos (13), deu assistências (seis) e passou a comandar a reação ao lado de Alírio (fantástico com 17 pontos e oito rebotes) e Marcio Cipriano (excelente na defesa e nos rebotes). A reação veio, Nezinho matou a bola final e os brasilienses venceram por 81-80 e encaminharam a classificação para o Final Four da Liga das Américas, que, é bom dizer, pode ser realizado na capital brasileira.

Foi no sufoco, sem dúvida, mas que sirva de lição para Brasília e para o basquete brasileiro. É um erro, um grave erro, achar que contra marcações por zona o "certo" é arremessar sem parar. Pode-se furar a zona com infiltrações, jogo de garrafão, muitos passes (principalmente!) e cortes. Não é muito difícil, mas requer treinamento.

Hoje Brasília se salvou. Mas é bom não bobear. Hoje é a vez do Formosa (às 18h, e eu também comento), e repetir os vícios/erros de sexta-feira pode não ser um bom caminho.

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