Como vocês devem saber, a tarde inteira foi dominada pelo assunto Iziane. Conversei com muita gente, troquei ideias interessantes e falei com Hortência, diretora de seleções da CBB, e Luiz Cláudio Tarallo (foto), técnico da seleção feminina adulta. Vejamos o que eles disseram.

HORTÊNCIA: "A decisão é do técnico, e somente do técnico. Se você me perguntar o que penso, eu não acho ideal que uma atleta se apresente e jogue uma Olimpíada com 15 dias de treino. Mas aí é uma decisão do Tarallo. Seleção não é lugar pra ganhar dinheiro"

Aí fui conversar com Tarallo: "Olha, Bala, acabei de saber da notícia por você, mas eu não vejo motivo para não contar com ela. Não descarto levá-la mesmo com pouco tempo de treinamento. São coisas que preciso pesar, e não quero tomar decisão alguma hoje, mas não vejo razão alguma para tirar da minha cabeça uma jogadora como a Iziane. E, de verdade, fico feliz que ela esteja recebendo este reconhecimento nos Estados Unidos. Ver uma atleta brasileira recebendo uma proposta dessas me deixa bem feliz. É prova que ela tem valor, e isso será levado em conta pela comissão técnica também".

No mesmo fim de tarde, Carlos Nunes, em entrevista ao Sportv, também disse que espera contar com Iziane nas Olimpíadas: "A avaliação vai ser do nosso técnico se ela pode vir se integrar na seleção dentro do prazo que ela poderá ser liberada na WNBA. Como foi feito no último Mundial, ela e a Erika chegaram 72h antes, mas isso vai depender muito do técnico (Luiz Cláudio Tarallo)".

Ou seja: como sempre ocorreu desde que a WNBA foi criada, atletas de seleções chegarão às Olimpíadas com menos tempo de treinamento. Não há crise, opção ou distorção do "amor à pátria" (ai, céus!) aqui. Se Iziane não for aos Jogos, será uma opção da comissão técnica. Simples. E seguimos o jogo.

Não é difícil de entender, é?