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O que o filme Moneyball pode ensinar ao basquete

Fábio Balassiano

16/02/2012 11h30

No fim de semana vi o filme Moneyball, dirigido pelo ótimo Bennett Miller (o mesmo de "Capote"). Baseado no livro homônimo de Michael Lewis (autor do não menos excelente livro que deu origem ao filme "Um Sonho Possível"), Moneyball conta a história de Billy Beane, diretor-geral do Oakland Athletics vivido por Brad Pitt que encontra um estudante de Yale (Peter Brand, o gordinho Jonah Hill, que fez o divertido Cyrus) para começar a mudar a maneira como o baseball era analisado nos Estados Unidos.

A trama é bem boa, não é difícil de entender mesmo para quem não acompanha o baseball a fundo (meu caso), e traz algumas reflexões importantes. A maior delas, ao menos para mim, é sobre como os números podem fazer todos os conceitos de uma modalidade mudar. E aí eu fui procurar o especialista Ubiratan Leal, Editor da Revista ESPN com quem conversei bastante sobre o filme.

Educadamente ele me enviou uma explicação bem bacana sobre como os dados estatísticos mudaram a história de Beane, do baseball e do esporte americano. Fala, Ubiratan!

"Vou tentar explicar o que o Billy Beane (foto à esquerda) fez pelo Oakland Athletics, mas transportando para o mundo do basquete. Primeiro, pensa a NBA sem um draft eficiente na distribuição de forças e sem teto salarial. Aí já dá para projetar a diferença econômica surreal que ficaria entre Lakers, Knicks, Celtics e Bulls diante dos Clevelands e Golden States da vida. Quem tem mais dinheiro consegue gastar até onde puder para contratar os melhores jogadores disponíveis. E os outros chupam o dedo, pois nem poderão contar com o draft no fim do ano para terem um craque na temporada seguinte.

Isso posto, vamos aos finalmentes.O Beane é o diretor esportivo (ou general manager) do Golden State Warriors. Ele tinha um bom time, mas o Lakers e o Celtics levaram seus melhores jogadores. Para remontar, ele e alguns colaboradores tiveram a sacada: "Todo mundo acha que os melhores jogadores são os que têm melhores estatísticas de pontos, rebotes e assistências. Mas descobrimos que os mais eficientes são os que têm bons números de +/- e Wins Shares per 48 Minutes (percentual de vitórias por 48 minutos)".

Aí, eles vão buscar jogadores que têm números ruins de pontos, rebotes e assistências, mas bons +/- e WS/48. Como ninguém olha para +/- e WS/48, esses jogadores são desprezados no mercado e estão disponíveis a preços baixos. O Beane monta um elenco cheio de caras assim e o time começa a jogar bem. Ninguém entende como, mas o Golden State termina a temporada regular com a melhor campanha da liga, batendo o recorde de vitórias seguidas na história da NBA no meio da campanha.

Em termos basqueteiros, foi isso o que ele fez no beisebol".

Agradeço ao Ubiratan, e deixo a dica aos amigos: vão ver Moneyaball. Vale a pena! Legal, não?

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