O que o filme Moneyball pode ensinar ao basquete
Fábio Balassiano
16/02/2012 11h30
A trama é bem boa, não é difícil de entender mesmo para quem não acompanha o baseball a fundo (meu caso), e traz algumas reflexões importantes. A maior delas, ao menos para mim, é sobre como os números podem fazer todos os conceitos de uma modalidade mudar. E aí eu fui procurar o especialista Ubiratan Leal, Editor da Revista ESPN com quem conversei bastante sobre o filme.
Educadamente ele me enviou uma explicação bem bacana sobre como os dados estatísticos mudaram a história de Beane, do baseball e do esporte americano. Fala, Ubiratan!
"Vou tentar explicar o que o Billy Beane (foto à esquerda) fez pelo Oakland Athletics, mas transportando para o mundo do basquete. Primeiro, pensa a NBA sem um draft eficiente na distribuição de forças e sem teto salarial. Aí já dá para projetar a diferença econômica surreal que ficaria entre Lakers, Knicks, Celtics e Bulls diante dos Clevelands e Golden States da vida. Quem tem mais dinheiro consegue gastar até onde puder para contratar os melhores jogadores disponíveis. E os outros chupam o dedo, pois nem poderão contar com o draft no fim do ano para terem um craque na temporada seguinte.
Aí, eles vão buscar jogadores que têm números ruins de pontos, rebotes e assistências, mas bons +/- e WS/48. Como ninguém olha para +/- e WS/48, esses jogadores são desprezados no mercado e estão disponíveis a preços baixos. O Beane monta um elenco cheio de caras assim e o time começa a jogar bem. Ninguém entende como, mas o Golden State termina a temporada regular com a melhor campanha da liga, batendo o recorde de vitórias seguidas na história da NBA no meio da campanha.
Em termos basqueteiros, foi isso o que ele fez no beisebol".
Agradeço ao Ubiratan, e deixo a dica aos amigos: vão ver Moneyaball. Vale a pena! Legal, não?
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