Conheça a história de Jeremy Lin, o 'nerd' que se tornou a maior febre da NBA no momento
Fábio Balassiano
11/02/2012 13h37
Acabou, sem bolsa mesmo, em Harvard, uma das faculdades mais conceituadas no mundo acadêmico, onde se formou em economia (teve a ótima média de 3,1) e conseguiu jogar muita bola em uma conferência, a Ivy League, formada, basicamente, por todos os nerds dos Estados Unidos (são oito faculdades: Brown, Columbia, Dartmouth, Cornell, Yale, Harvard, Princeton e Pennsylvania). Obteve as médias de 16,4 pontos, 4,5 passes e 4,4 rebotes em seu último ano, mas era olhado com desconfiança por quase todo mundo (para ser justo, Jim Calhoun, de Connecticut, elogiou pacas o armador).
Mesmo assim ele tinha uma missão: ser o primeiro jogador de Harvard a jogar na NBA desde 1953-1954 (a faculdade só produziu três atletas para a liga: Saul Mariaschin, que jogou no Boston Celtics em 1947-48, Edward Smith, que atuou por 11 jogos pelos Knicks em 1953-54, e Wyndol Gray, All-American de 1945-46 que jogou pelos Celtics) e o primeiro da Ivy League a ser escolhido no Draft desde Jerome Allen (Pennsylvania, 1995). Para ser mais exato, Chris Dudley, de Yale, foi o último da Ivy a jogar na NBA, em 2003. A segunda parte ele não conseguiu, já que em nenhuma das duas rodadas da seleção universitária de 2010 ele foi draftado. Mas na primeira ele chegou lá.
O começo, óbvio, não foi fácil, e o banco de reservas era o porto-seguro de Lin, cujo salário anual é de US$ 762 mil. Escondido entre Bill Walker, Jared Jeffries e Jerome Jordan, ouviu um "entra" de Mike D'Antoni no sábado passado (2 de fevereiro) contra o New Jersey Nets quase como um "me salva, cara" de um técnico que estava cada vez mais ameaçado e de um time cada vez mais à deriva (os Knicks perderam 11 das últimas 13 e não se encontravam com a armação tenebrosa de Toney Douglas). Foi lá, e como quem não tinha o que perder despejou 25 pontos e sete assistências para não mais parar de mostrar talento, velocidade e inteligência em quadra.
No jogo seguinte, 28+8 contra o Utah, depois 23+10 contra os Wizards e ontem 38+7 contra os Lakers (foi apaludido por Woody Allen, Ben Stiller e, claro, Spike Lee). Pronto. Quatro jogos e quatro vitórias depois Lin virou febre em uma liga que busca um novo olho puxado para vender na Ásia pós-aposentadoria de Yao Ming, ganhou bilhões de apelidos (gosto muito do Yellow-Mamba, numa alusão ao Black-Mamba de Kobe Bryant), tornou-se exceção em uma liga que tem 80,2% da mão de obra formada por negros e ajudou a reerguer um time que precisava de salvação sem suas duas principais estrelas (Carmelo Anthony e Amare Stoudemire, é bom lembrar, estão fora).
É por aí mesmo. Não dá, ainda, para saber como será o futuro de Jeremy Lin na NBA. Muito provavelmente seus números cairão quando Carmelo Anthony, Amare Stoudemire e Baron Davis voltarem (este último, na verdade, estrear com a camisa dos Knicks justamente na posição de Lin). Aconteça o que acontecer, porém, já terá sido uma baita história de alguém que jamais desistiu e de alguém que, com inteligência, colocou o estudo sempre em primeiro lugar.
Abaixo alguns vídeos de e sobre Jeremy Lin, a sensação da temporada 2011-2012 da NBA.
AQUI OS 38 PONTOS DE LIN ONTEM CONTRA OS LAKERS
LIN MOSTRA COMO JOGAR BASQUETE EM HARVARD (BEM DIVERTIDO)
MELHORES MOMENTOS EM HARVARD
ENTREVISTA COM O TÉCNICO DE LIN NA HIGH-SCHOOL EM PALO ALTO
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