Anderson Varejão, disparado o melhor brasileiro na NBA atualmente
Fábio Balassiano
17/01/2012 11h40
Não pelos números em si (ok, vou usá-los também), que são melhores que os da temporada (seus 9,1 pontos e 9,7 rebotes saltaram para 9,8 pontos e 11,3 rebotes, o quinto melhor índice de toda a NBA), mas sim pela confiança que ele vem demonstrando em quadra (já são seis duplos-duplos em 12 partidas disputadas – neste quesito ele é o nono melhor da liga, e quatro foram registrados em 2012). Se antes o cabeludo tinha até certo medo de atacar a cesta, Varejão parece mais à vontade no sistema de Byron Scott do que na loucura que era o "lateral" de Mike Brown. Em 2009-2010, Anderson arremessava 6,1 vezes por noite. Na temporada passada, pulou para 6,9. Nesta, já são 8,4 por partida, muito mais do que os 5,3 de sua carreira.
É bem verdade que, como os norte-americanos gostam de dizer, não há jogadas desenhadas para Varejão todas as noites, e que as famosas "limpezas" no garrafão ainda dão o tom (ele lidera, ao lado de Kevin Love, a liga em rebotes ofensivos, com 4,7 por noite), mas ontem contra o Bobcats houve um lance emblemático: cercado por dois após apanhar um rebote de ataque, Anderson subiu e arremessou sem medo – antes, provavelmente ele teria quicado a bola para fora do garrafão. Converteu e foi aplaudido por Scott, que parece cada vez mais satisfeito com o brasileiro (chegou a dizer, quando começaram os rumores de uma possível troca, que o agora pivô titular da equipe não era um jogador "trocável").
Anderson Varejão está longe de ser um pivô dominante no garrafão, está longe até de ser um craque, mas não sei se existe um pivô melhor que ele no Leste neste momento (isso, claro, sem falar em Dwight Howard). Se pensar em playoff para o Cleveland é um sonho que deve ser alimentado diariamente, imaginar Varejão no All Star Game não me parece tanto devaneio assim (lembremos que Al Horford e Brook Lopez estão machucados). Seria um prêmio para quem nunca parou de ao menos tentar evoluir.
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