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Brilhante dentro e fora das quadras, Marcel de Souza completa 55 anos hoje

Fábio Balassiano

04/12/2011 09h17

Conheci Marcel de Souza em 2002. Era um abusado estudante de jornalismo e frequentava o seu site (o Databasket). Um dia, na seção "Pergunte ao Marcel", enviei questionamentos sobre a situação do basquete brasileiro, que jogava o Mundial de Indianápolis no período. E assim segui. Suas respostas viraram tema de coluna de Melchiades Filho, na Folha de São Paulo (o título era "Bernardinho", se não me engano). Aí, como se fosse pouco, o abusado estudante de jornalismo pediu pra escrever no site. E conseguiu.

Nove anos se passaram, e posso dizer que aprendi mais com Marcel do que com qualquer outra pessoa no basquete. Em tempos de celulares rápidos, são dele os SMS's mais ferozes sobre qualquer coisa relacionada ao jogo (com direito a algumas broncas também…). Sempre com brilhantismo, nunca entendia o porquê de tantas ideias bacanas serem "marginalizadas" no sistema do basquete brasileiro. Hoje eu entendo.

Não é todo mundo que pensa como Marcel, que fala como Marcel e que sente o jogo como Marcel. E isso incomoda pacas. Pensar diferente, ser diferente, ver e apontar o dedo na ferida incomoda pacas (tal qual faz/fazia o Sócrates, que acaba de falecer). E falar acaba por fechar portas em uma modalidade que vive cercada de clichês e em seus porões (intelectuais principalmente).

Espanta ver não só ele, Marcel, mas outros grandes bambas do basquete fora do mainstream, e outros com 5, 10% do currículo e categoria continuem dando as cartas (gosto de citar também a Maria Helena Cardoso no feminino). E quem acompanhou o trabalho dele em São Bernardo sabe que a teoria (que todo mundo sabe que o ex-jogador tem) e a prática caminharam juntas. E estamos falando de um cara que jogou quatro Olimpíadas, cinco Pan-Americanos e cinco Mundiais (embora o site da Confederação faça questão de esquecer o de 1974, em Porto Rico, quando o menino de 17 anos foi o quinto cestinha da equipe que tinha Ubiratan, Adilson, Carioquinha e Marquinhos Abdala com 8,6 pontos).

Parabéns, Marcel, pelos seus 55 anos. O basquete brasileiro, com o que apresenta hoje, não merece tê-lo por perto neste momento (quer conferir? Clica no site da CBB e veja se há alguma modalidade para o atleta que mais defendeu a camisa da seleção masculina…). Abaixo a cesta que deu a medalha de bronze do Brasil no Mundial das Filipinas. Fala um pouco sobre a genialidade do atleta em quadra e sobre a sua personalidade fora dela.

 

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