Bala na Base: conheça o brilhante trabalho de Americana no basquete feminino
Fábio Balassiano
17/11/2011 11h22
Localizada no interior de São Paulo, Americana (210 mil habitantes) tem tradição no basquete feminino há mais de uma década, quando o projeto foi idealizado pelo médico Mauro Bossi em 1998. Naquele ano, a Unimed ainda era apenas a patrocinadora de uma equipe de basquete da cidade e o clube filiado era o Rio Branco, de Futebol.
A cidade, que respira basquete feminino, parou com as atividades do basquete adulto por três anos (de 2003 a 2006), mas voltou forte com o patrocínio fiel da Unimed já com a Associação dos Cooperados e Funcionários da Unimed (ACDF), que faz a gestão da modalidade. Em 2007, com uma política de gestão aprimorada e estratégica, a equipe principal voltou com a parceria de grandes empresas locais. No mesmo ano, o projeto social e de base que antes era apenas na cidade de Americana foi estendido para Santa Bárbara d´Oeste e Nova Odessa, cidades próximas e que fazem parte da mesma "regional" da patrocinadora.
Americana tem, hoje, provavelmente o melhor trabalho de base do país (no time adulto estão lá Tássia, Leila Zabani, Debora e Fabiana – e na próxima fornada virão Aruzha, Izabella Sangalli, entre outras) e um trabalho social de dar gosto. São mais de 1.200 crianças de 7 a 12 anos atendidas mensalmente nas três cidades, além de 18 categorias de base. Santa Bárbara e Nova Odessa disputam o Torneio da ARB (Associação Regional) e Americana, os da Federação Paulista de Basquete. As meninas que se destacam jogando nos campeonatos regionais em Santa Bárbara e Nova Odessa vão para Americana disputar os torneios de base da Federação. Funciona como um plano de carreira e a atleta está sempre no projeto de acordo com seu desempenho técnico.
A referência do "projeto completo" pode ser vista através de uma das mais antigas meninas do projeto. A americanense Babi começou nas escolinhas do projeto com 8 anos e passou por toda as categorias de base e hoje é armadora titular da equipe adulta. Campeã no Pré-Olímpico e medalhista no Pan-Americano, ela é a identidade do projeto da Unimed.
E se os resultados "sociais" são ótimos, os das categorias de base também não ficam atrás. Sob o comando da dupla Anne de Freitas Sabatini (treinadora do pré-mini, mini e infantil) e Adriana Santos (a campeã mundial em 1994 e medalhistas olímpica em 1996 e 2000 é do infanto-juvenil e juvenil), quem acompanha um pouco do basquete feminino sabe que Americana é uma espécie de fábrica de talentos na base. E é com Anne na iniciação e formação e Adriana na sedimentação que o clube tentará continuar brilhando.
É bem verdade que os resultados no adulto ainda não vieram com tanta força (título paulista na temporada passada apenas) e nem as meninas da base têm tanto espaço ainda como este blogueiro gostaria, mas é inegável que o trabalho de Americana precisa ser exaltado e estimulado em outras praças.
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