Em Vigo, 1992, a seleção feminina tentava a sua primeira classificação olímpica. E não estava sendo fácil. O time de Maria Helena Cardoso (que saudade de vê-la na quadra!) perdera na estreia da Tchecoslováquia e duas rodadas depois da China. Contra a parede, precisava vencer Zaire, Hungria e as até então invictas australianas para manter a chance disputar as Olimpíadas de Barcelona.

Quem conhece um pouco da história do basquete feminino (e o livro "Mulheres à Cesta" ajuda muito nisso) sabe quão sofrida foi a primeira classificação das meninas para as Olimpíadas. Sem apoio porém criticadas por não terem conseguido a vaga com o duo Hortência e Paula desde 1980 em quadra (tombaram em três Pré-Olímpicos – roteiro conhecido nosso, não?), o time se superou contra uma Austrália que tinha, entre outras, Michele Timms, Sandy Brondello e Robyn Maher.

Venceu as fortes rivais, que não disputariam as Olimpíadas daquele ano, por 99-97 na segunda prorrogação para garantir a vaga em Barcelona (empate em 81 no tempo normal e em 86 no primeiro tempo-extra) com atuações excepcionais de Paula, Hortência e principalmente Marta, que não conseguiu segurar as lágrimas depois da partida. Que o vídeo abaixo (no Youtube é possível ver a partida completa) inspire as meninas nesta noite. Depois, aí sim, a vaga veio com triunfos contra a República Dominicana e a Itália.

Adriana Santos, Helen Luz , Hortência, Janeth, Joycenara, Zezé, Paula, Marta, Nádia, Ruth, Simone Pontello e Vânia Hernandes, além da técnica Maria Helena Cardoso, lutaram muito para abrir o caminho olímpico. Que ele continue a ser "conhecido" com o passaporte carimbado nesta noite.