Quem são as 12 brasileiras no Pré-Olímpico feminino da Colômbia
Fábio Balassiano
24/09/2011 12h15
ADRIANINHA – Titular absoluta da armação, Adrianinha tem experiência de sobra para comandar uma equipe ainda em formação. Tem bom arremesso, velocidade nas infiltrações e defende com correção. Valorizada na Itália, onde atua há quase dez anos, ela trocou o Faenza pelo Parma.
BABI – Reserva de Adrianinha, Babi é uma armadora típica: passa muito bem, lê bem o jogo, coloca as suas companheiras em posição e tem boa liderança. Sua defesa é boa (ela é alta – 1,80m), mas uma de suas únicas (e graves) deficiências é a sua falta de poder de decisão: seu arremesso é ruim (na Liga de Basquete Femininoela chutou 34,5%). Será útil para dar descanso para a titular e para ganhar experiência internacional.
CHUCA – Regular, a ala de Ourinhos sempre se deu bem em torneios no Brasil, mas com a camisa da seleção brasileira ela costuma cair de rendimento em grandes competições (4,2 pontos e 20% de aproveitamento nas Olimpíadas de 2008 e 6,4 pontos no Pré-Olímpico do mesmo ano em Madri). De todo modo, Chuca conta com a confiança de Ênio Vecchi e pode contribuir com seus pontos (aos 32 anos, sua mobilidade na defesa já deixa a desejar, embora sua luta na marcação seja louvável).
PALMIRA – É o nome mais contestado dos 12 que estão na Colômbia. A ala de Catanduva arremessa como se não houvesse amanhã e defende muito mal (nos amistosos que vi, falhou em quase todas as rotações e perdeu no duelo individual para as cubanas), mas pode ajudar a dar descanso para Chuca na ala.
SILVIA GUSTAVO – É a opção mais "física" para a ala da seleção. Forte e com uma vontade absurda no ataque e na defesa, Silvia sempre baseou o seu jogo na intensidade, na força e na velocidade de seus movimentos para bater as marcadoras. Jogando de ala-pivô isso não deu certo em âmbito internacional, e Ênio Vecchi acerta ao colocá-la na ala. É boa jogadora e tem a confiança total do treinadora.
MICAELA – É disparada a mais talentosa das quatro alas da seleção feminina. Seu problema, hoje, é muito mais físico do que de qualquer outra ordem. Com passagem pelos quatro clubes grandes do basquete paulista em um curto espaço de tempo (Ourinhos, Americana, Catanduva e Santo André, onde joga atualmente), Kaé, como é conhecida, sempre baseou seu jogo na velocidade – que hoje anda em falta. Pode ajudar com experiência e com seu ótimo espírito de grupo, mas suas limitações físicas estão cada vez mais expostas.
FRANCIELE – Promissora quando surgiu com a seleção em 2007, Franciele tem uma carreira até certo ponto sólida e de sucesso na Europa (na Espanha, jogou a segunda divisão e hoje, valorizada, conseguiu contrato com o Hondarribia), mas com a seleção não tem repetido suas atuações com os clubes. É uma jogadora absurdamente talentosa, mas que sempre precisa de altas doses de confiança da comissão técnica. Sem isso, desaba (como ocorreu quando Carlos Colinas simplesmente sacou-a do Mundial de 2010 após o primeiro jogo – e ela jamais se recuperou na competição). Em termos técnicos, é muito boa.
GILMARA – Experiente, a ala-pivô é forte e possui bom arremesso. Foi a grande estrela de Catanduva no título nacional da equipe há duas temporadas, e defende muito bem. Será bem útil para dar o equilíbrio necessário às quatro alas jovens do elenco.
CLARISSA – Grande destaque da fase de amistosos da seleção, a ala-pivô de 23 anos assumiu papel de protagonismo do time de Ênio com seu jogo elétrico perto da cesta e com sua "tara" pelos rebotes. É extremamente talentosa e, o melhor, está em evolução.
DAMIRIS – Mais jovem do elenco, foi a MVP do Mundial Sub-19 do Chile. Ao contrário do que a idade sugere, não está na Colômbia simplesmente para ganhar experiência. Será útil nas rotações e seu arremesso de média distância pode ser uma boa arma.
ÉRIKA – Única pivô de ofício do time, Érika (foto) chegou ontem a Colômbia e deve ter seus minutos moderados no começo do Pré-Olímpico (é bom lembrar que ela vem de uma puxada temporada com o Perfumerias, da Espanha, e com o Atlanta Dream, da WNBA). Excepcional na defesa e ótima no ataque, ela será a grande referência do time ao lado de Adriaininha. Tem tudo para ser o grande destaque do time na competição.
NÁDIA – A ala-pivô começou bem a sua carreira no São Caetano, mas não evoluiu tanto. Agora em Santo André sob o comando de Laís Elena, Nádia parece ter reencontrado o bom basquete, apesar de ainda ser de uma irregularidade atroz (nos amistosos em Americana ela variou momentos de desatenção absoluta a jogadas lindas no ataque). Com o físico que tem, poderia ser mais agressiva ofensivamente e dominante na marcação.
ÊNIO VECCHI – Em sua primeira experiência comandando times femininos, Ênio Vecchi tem tentado implantar uma filosofia de jogo mais agressiva. Sua defesa individual é muito boa, seu jogo ofensivo possui variações interessantes e sua rotação de atletas não é tão alucinante como a de outros treinadores. De todo modo, ainda falha demais (a marcação por zona é o maior exemplo) e está longe de ser o Rubén Magnano que queríamos na seleção das meninas.
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