A essa hora do dia, você, cidadão antenado que é, já sabe que a seleção brasileira Sub-19 está eliminada do Mundial da categoria que está sendo disputado na Letônia. Para quem acompanha a competição, como Walter Roese, que escreveu ótima análise ontem para o Clipping do Basquete, de Alcir Magalhães, "era um torneio muito nivelado", sem grandes favoritos. Em papos via Skype com um amigo que por lá está, a frase era clara: "não há time melhor, em termos técnicos, que o Brasil".

E o Brasil está eliminado. Está eliminado porque contra a Argentina (eu não vi o jogo) errou demais (18), não converteu seus 18 rebotes ofensivos em mais pontos, abusou dos tiros de três pontos (6/20) e viu a sua melhor peça na competição (Raulzinho) errar 11 de seus 14 arremessos – isso, claro, sem falar no erro de não cometer a falta no momento decisivo do tempo regulamentar. O roteiro, como se vê, é mais do que conhecido, não? Estamos bem acostumados a ver derrotas em fim de jogo (abaixo, a propósito disso, coloquei os seis jogos decididos no fim pela geração que disputou o Mundial Sub-19 – apenas uma vitória).

JOGOS DECIDIDOS POR SEIS PONTOS OU MENOS

Argentina 71 x 69 Brasil (Mundial Sub-19 – 2011)
Austrália 63 x 57 Brasil (Mundial Sub-19 – 2011)
Rússia 81 x 78 Brasil (Mundial Sub-19-2011)
EUA 81 x 78 Brasil (Copa América Sub-18 – 2010)
Brasil 83 x 78 Canadá (Copa América Sub-18 – 2010)
Uruguai 81 x 77 Brasil (Sul-Americano Sub-17 – 2009)

Não é uma questão de crucificar uma geração talentosa (e possui talentos como Raulzinho, Cristiano, Taddei, Lucas, Aguirre etc.), mas sim saber como desenvolvê-la neste momento. É sempre bom lembrar o exemplo da geração de 2007, quarta colocada no Mundial sub-19 (disputado na Sérvia). Daquele time, apenas Paulão "vingou" na categoria adulta (ele está no time de Rubén Magnano). Que esta equipe de 2011 tenha cabeça fria e apoio da Confederação para seguir trilhando o seu caminho.