Spurs abandona legião estrangeira e aposta em americanos para voltar a vencer na NBA
Tony Parker (França), Tim Duncan (Ilhas Virgens), Manu Ginóbili (Argentina), Tiago Splitter (Brasil), Boris Diaw (França), Aron Baynes (Austrália), Patty Mills (Austrália), Cory Joseph (Canadá), Marco Belinelli (Itália) e Nando de Colo (França). Foi com essa legião de 10 estrangeiros que o San Antonio Spurs conquistou o seu quinto e último campeonato da NBA em 2014. Dos 19 jogadores que entraram em quadra pela franquia na temporada 13/14, mais da metade, portanto, era nascida no exterior, algo incrível para uma liga norte-americana mas que fala, ou falava, sobre uma característica muito peculiar dos Spurs, que era de recrutar e desenvolver peças que se tornariam chave (Ginóbili e Parker são os melhores exemplos) de suas equipes.
A história, porém, mudou muito e nesta quarta-feira os texanos abrem os trabalhos para o campeonato de 2019/2020 contra um renovado New York Knicks em casa (21h30 – transmissão apenas do League Pass, o App da liga) com o seu menor contingente de estrangeiros nos últimos cinco anos. Ao invés dos 10 citados no elenco de 2013/2014, apenas cinco (veja tabela abaixo). Estão por lá para a temporada apenas o australiano Patty Mills, o italiano Marco Belinelli (remanescentes do troféu conquistado em 2014), o canadense Trey Liles, o austríaco Jakob Poltl e o novato croata Luka Samanic, que deve ter pouquíssimo tempo de quadra.
Para se ter uma ideia, a NBA anunciou que 108 jogadores internacionais de 38 países estão confirmados para a temporada 2019/2020. Pelo sexto ano consecutivo, a liga apresenta mais de 100 atletas estrangeiros e todas as 30 franquias possuem em seus elencos pelo menos um jogador estrangeiro. É o recorde de atletas (113) e de nações representadas (42). Os 108 nomes estrangeiros mais do que quadruplica o número de internacionais de 25 anos atrás, quando eram apenas 24 na temporada 1994/1995. O Canadá estabelece uma nova marca com 16 atletas, um recorde histórico entre os países fora dos Estados Unidos. Depois do Canadá, os países com mais representantes são Austrália (nove), França (oito), Croácia (sete) e Sérvia (seis). O Dallas e o Philadelphia possuem sete "gringos", sendo os mais internacionais da liga.
Alguns fatores explicam a presença maior de norte-americanos no time comandado pelo mítico Gregg Popovich, técnico aliás da seleção norte-americana desde o último Mundial na China. O primeiro atende pelas aposentadorias de Parker (2019), Ginóbili (2018) e Duncan (2016), que por quase duas décadas lideraram não só os resultados da franquia mas também a filosofia que Pop, o treinador, queria implantar na equipe (altruísmo, jogo de passes, pouco protagonismo para as estrelas mas sim para o coletivo etc.). Outro atende pela chegada dos novos líderes do elenco.
Pouca gente lembra, mas para que LaMarcus Aldridge, atual titular da ala-pivô que já foi de Duncan, conseguisse desembarcar em San Antonio o brasileiro Tiago Splitter precisou sair (para o Atlanta Hawks em uma troca para liberar espaço na folha salarial). Na armação, nem Cory Joseph (Canadá) e nem Patty Mills (Austrália) ganharam a condição de titular, agora com o jovem norte-americano Dejounte Murray, que ontem teve seu contrato renovado para mais 4 anos (US$ 64 milhões). Mills ainda está lá, mas Joseph rodou, rodou e hoje está em Sacramento.
Por fim, e não menos importante, o San Antonio não tem conseguido descobrir mais as suas pérolas no exterior no final do Draft (como sempre está jogando playoff, a franquia acaba ficando no final das duas rodadas de seleção mesmo). Não é uma crítica, mas sim um fato e isso acaba impactando na qualidade do elenco e nas aspirações da equipe para cada temporada. Tony Parker foi selecionado na 28ª posição. Manu Ginóbili, na 57ª. Tiago Splitter, 28ª também. Cory Joseph, na 29ª. Nando de Colo, que nem mais na NBA está (ele brilha no Fenerbahçe, da Turquia), na 53ª. Com exceção do francês De Colo, todos foram muito importantes na conquista do título de 2014.
Dos últimos picks de primeira rodada em Draft, apenas Dejounte Murray e Derrick White têm conseguido tempo de quadra. Outros, como Livio Jean-Charles (2013), Nikola Milutinov (2015) e Lonnie Walker (2018) não recebem muitos minutos na rotação de Popovich ou nem chegaram a vestir a camisa do Spurs (primeiros dois casos).
Presentes nos playoffs desde 1997/1998, maior sequência da atual NBA entre as 30 franquias, o San Antonio Spurs conta com DeMar DeRozan e Aldridge, dois americanos, para guiar a franquia a mais uma pós-temporada. Ao contrário da legião estrangeira que sempre gostou de comandar, Popovich terá apenas cinco "gringos" à sua disposição neste campeonato.
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