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Bala na Cesta

Favoritos, Franca e Flamengo começam decisão do NBB neste domingo no Maracanazinho

Fábio Balassiano

19/05/2019 05h00

Dois times com o maior investimento da atual temporada do NBB, Franca e Flamengo fizeram valer o favoritismo e começam a decidir neste domingo o campeonato. Em um Maracanazinho que promete estar bem cheio (mais de quatro mil ingressos vendidos antecipadamente) para receber um jogo de basquete pela primeira vez em quase 4 anos (a última foi justamente no Final Four da Liga das Américas com o rubro-negro sendo o mandante), o clube da Gávea recebe os francanos a partir das 10h45 em um duelo que terá transmissão de Band, ESPN, Fox e Facebook exibem a partida. Às 9h15, haverá um pré-jogo especial pelo Facebook do NBB com a particição deste blogueiro.

Os jogos 2 e 3 serão em Franca na próxima quinta-feira e sábado. Caso necessários, os duelos 4 e 5 acontecerão em 01/06 no Rio de Janeiro e 08/06 em solo francano. Cinco vezes campeão do NBB, o Flamengo busca o sexto caneco. Francanos buscam o inédito troféu (chegaram a final em 2011, perdendo de Brasília por 3-1).

Como detalhe, vale dizer que nesta final teremos o duelo entre os dois dos maiores campeões nacionais: Franca e Flamengo. Juntos, os dois carregam na bagagem 17 títulos nacionais (11 do Franca e 6 do Flamengo). O Fla ainda tem outras quatro conquistas de nível nacional (1934, 1949, 1951 e 1953) em torneios organizados pela CBD (Confederação Brasileira de Desporto). Esses títulos, no entanto, não são reconhecidos pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB) até hoje.

Ao todo, 29 partidas já foram disputadas entre as equipes no NBB, com vantagem para o rubro-negro, dono de 18 vitórias (62%) contra 11 da equipe francana (38%). Dentre esses duelos, em duas oportunidades os times se enfrentaram em playoffs. No primeiro confronto, nas semifinais da temporada 2009/2010, quem venceu foi o Flamengo (3-1). Já na temporada seguinte, na mesma fase, o Franca deu o troco e bateu o Flamengo por 3-0.

Os dois times, que já se encontraram na final do Super8, vencido pelo Flamengo em pleno ginásio Pedrocão, passaram pelas quartas e semifinais sem muita dificuldade. Franca bateu Bauru e Mogi por 3-0 e chega bem descansado para esta decisão. O rubro-negro sofreu um pouco mais contra um guerreiro Botafogo nas semifinais (3-1), mas também havia feito 3-0 nas quartas-de-final (contra o Corinthians).

Nos elencos, jogadores de seleção brasileira (Marquinhos, Rafael Mineiro, Anderson Varejão e Olivinha pelos cariocas; Lucas Dias, Hettsheimeir, Elinho e Didi pelos francanos) e estrangeiros bem valiosos (pelo Fla, o argentino Franco Balbi, e por Franca o excepcional norte-americano David Jackson).

Vale a pena falar, também, do trabalho dos dois técnicos. Em sua terceira final de NBB seguida, Gustavo de Conti foi vice-campeão em 2017 e campeão em 2018 pelo Paulistano, chegando a decisão com o Flamengo em seu primeiro ano de trabalho com o rubro-negro. Dono de personalidade fortíssima e bagagem tática gigantesca, o treinador recoloca o clube da Gávea em uma finalíssima após três anos e tem conseguido colocar seu estilo de rigor defensivo, troca incessante de jogadores e velocidade no ataque para atletas de alto nível terem liberdade na seleção de arremessos. No setor ofensivos, o Flamengo lidera em quase todos os quesitos.

Fiel ao melhor estilo francano, de jogo coletivo e esmero na defesa, Helinho, há três anos no cargo e com a missão de também recuperar o melhor de Franca esteve na final de 2011, a última do time, como jogador e agora retorna ao estágio mais avançado do campeonato como treinador da equipe, que tem a média de 23,6 anos, algo incrível e que mostra quão forte pode continuar a ser este elenco / projeto nos próximos anos. Coube a ele colocar as melhores peças juntas, algo difícil para um treinador jovem e com tantas opções. Mas o trabalho tem sido feito e de forma muito boa. Franca chegou às finais do Paulistano, da Sul-Americana, do Super8 e agora do NBB (venceu Paulista e Sul-Americana). Na atual temporada, 23 vitórias e 3 derrotas na fase de classificação e 6-0 na pós-temporada. Incontestável que o filho da lenda Helio Rubens faz um trabalho magnífico.

Fiquemos de olho nas finais. São elencos fortíssimos, duas torcidas apaixonadas, dois ginásios mega lendários (Maracanazinho no Rio de Janeiro e Pedrocão em Franca), dois técnicos da nova geração em busca de novo troféu e atletas em busca da consagração.

Meu palpite é que iremos ao jogo 5. E falo com histórico debaixo do teclado, já que das seis edições disputadas até aqui com Finais em melhor de cinco jogos, em quatro o campeão só foi definido no quinto e último confronto – nas outras duas a série acabou no Jogo 4.

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