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Bala na Cesta

Anderson Varejão comemora primeira final de NBB com o Flamengo

Fábio Balassiano

15/05/2019 11h39

Foi estranho ver Anderson Varejão no banco de reservas no começo da partida contra o Botafogo na noite de ontem. Por opção tática do técnico Gustavo de Conti, o capixaba viu o alvinegro, equipe de uma raça impressionante, iniciar o duelo pegando fogo (11 pontos praticamente seguidos de Jamaal) até entrar em quadra. Com sua experiência, Varejão terminou muito bem o jogo com 11 pontos e 3 rebotes para ajudar o rubro-negro a chegar à decisão do NBB depois de três anos com os 90-75. Marquinhos foi brilhante no último período ao anotar 11 pontos seguidos e terminou o confronto com 23 pontos e 5 assistências.

No final da partida conversei rapidamente com Varejão, que chegou à sua primeira final de NBB e jogará novamente no Maracanazinho a partir de domingo quando a decisão entre Flamengo e Franca (10h45) se inicia. Vamos ao papo:

BALA NA CESTA: Como está a emoção de jogar a primeira final de NBB depois desse duelo bem disputado contra o Botafogo?
ANDERSON VAREJÃO: Feliz, bem feliz. Foi um ano duro pra todos nós. De muita dedicação, muita entrega, de todos abrindo mão de muitas coisas. Estou muito feliz de estar em mais uma final em minha carreira. Valeu a pena. Modéstia à parte, fico muito feliz de chegar a mais uma decisão com meus companheiros e agora vamos brigar pelo título.

BNC: Já parou pra pensar que pela primeira vez você vai jogar no lendário ginásio do Maracanazinho em uma partida oficial?
VAREJÃO: Acho que a última vez que joguei lá foi com a seleção. Era um torneio amistoso, deve fazer uns três, quatro anos. Faz bastante tempo. Foi bom porque ganhamos o jogo com a seleção. Torcer pra repetirmos a dose neste domingo diante da nossa torcida pra iniciarmos a final com o pé direito. Começar uma final na frente é bem importante e vamos lutar por isso.

BNC: Te chamou a atenção o nível de intensidade, e em alguns momentos até de tensão, que o Botafogo aplicou nessa série?
VAREJÃO: Já era esperado. Surpresa zero, zero mesmo. Olha, vou te falar uma coisa. Quando nós ganhamos o Estadual contra o Botafogo eu falei pro Leo Figueiró, o técnico do time deles: "Parabéns, você conseguiu fazer esse time jogar da maneira que você atuava". O time é a cara do Léo. Você acompanhou o cara jogando, sabe como é. Time guerreiro, vai em todas, não desiste de nenhuma, está sempre acreditando. O trabalho dele está de parabéns, é pra ter orgulho. Montou esse ano, colocou entre os quatro do país, classificou para competição sul-americana e foi muito bem no NBB. Precisa dar os créditos ao Botafogo também. Jogam fisicamente muito fortes. Ganhamos de 3-1, mas poderia estar 2-2, semifinal de campeonato você não pode esperar que vai ganhar fácil de ninguém.

BNC: Em alguns momentos da partida você foi bem xingado pela torcida do Botafogo. Pra quem jogou mais de uma década nos EUA, onde os adversários são aplaudidos ou no mínimo respeitados, é um pouco chocante isso? Sei que a torcida quer ver seu time ganhando, algumas vezes a qualquer custo, mas você acha que isso fala um pouco sobre a nossa educação, sobre nossa civilidade?
VAREJÃO: Está querendo respeito de torcida aqui no Brasil? (risos) Acontece, já era esperado. Não fico chateado, não. A mesma pessoa que está me xingando o jogo todo quando acaba a partida vem me pedir pra tirar uma foto. É normal. Não é bacana mas eu juro que entendo e tento passar por cima disso. É cultural. Nos EUA é diferente mesmo, mas não me incomoda, pelo contrário. Acaba me motivando mesmo a mostrar meu basquete e a seguir jogando melhor.

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