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Bala na Cesta

Na NBA dos ataques, Oklahoma lidera o Oeste via... defesa - entenda!

Fábio Balassiano

11/12/2018 06h30

Quem viu algum jogo desta temporada 2018/2019 da NBA já percebeu que a insanidade ofensiva está presente. Está tudo muito rápido, alucinante, quase 48 minutos com as equipes sem respirar, né? Está óbvio: o jogo mudou (não é uma crítica, acalmem-se), e um dado sobre isso mostra que hoje todos os times da liga hoje possuem média superior a 100 pontos por partida. Todos.

No Leste, o Toronto lidera com 21 vitórias em 28 duelos graças ao seu setor ofensivo, que produz 115 pontos por noite e tem o segundo melhor aproveitamento nos arremessos entre as 30 franquias (48,3%, atrás apenas do Warriors, com 39%). No Oeste, o primeiro colocado com 17-8 é o Oklahoma City Thunder, que ontem venceu o Utah Jazz em casa por 122-113 e cujo ataque… é o NONO PIOR de toda NBA.

Então como o time de Russell Westbrook e Paul George lidera a conferência mais difícil da liga? Vamos lá:

1) Perímetro fechado -> O OKC permite apenas 104 pontos por jogo de seus adversários, a décima melhor marca de toda NBA. Melhor que isso: em uma liga que chuta demais, o Thunder tem o quinto melhor percentual de acerto dos rivais nos três pontos (32%). Ano passado foram 38%. Uma redução de 6% em um dos índices mais importantes do basquete atual. O saldo entre o que o time produz no ataque e o que segura na defesa é de positivos 6,7, terceiro melhor índice da temporada e um feito fabuloso pra quem tem apenas realmente um excepcional jogador ofensivo no elenco atualmente (veremos adiante).

2) Paul George em ano incrível -> Que temporada sensacional vem tendo o ala que renovou com o time nas férias. São 24 pontos, 8 rebotes e 4,4 assistências por noite, melhores números de sua carreira de 8 anos na NBA. Mais que no ataque, George tem se desdobrado na defesa para cobrir uma lacuna que há no elenco do OKC (faltam alas-pivôs). Contra mais baixos ou mais altos, PG13 tem se mostrado um cracaço. Certamente está entre os cinco melhores defensores de toda NBA.

JONATHAN DANIEL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

3) A combinação Westbrook e Dennis Schroder tem dado certo -> Aqui sim fomos surpreendidos, já que são dois arremessadores de perímetro bem ruins (ou ao menos sempre foram…). Apesar da terceira média seguida de triplo-duplo (22,8 pontos, 10,2 assistências e 10,6 rebotes), Westbrook não tem tido uma temporada muito boa. Se machucou na pré-temporada, voltou, se lesionou e ficou mais seis jogos ausente de novo e só agora tem encontrado seu melhor ritmo. Mas arremessando muito mal (23% de fora, sua pior marca da carreira).

Schroder, contratado nas férias pra ser seu reserva imediato e dono de gênio fortíssimo, tem aproveitado o espaço e, ao lado de Russ, jogado muito bem com 16,5 pontos e 46% nos arremessos, algo incrível. Das sete melhores formações do OKC, cinco contam com o jovem alemão.

JONATHAN DANIEL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

4) Rebotes Ofensivos -> Se o ataque nem produz tão bem assim (45% nos arremessos totais e apenas 31% nas bolas de fora), um fator dá confiança e faz com que o Thunder chegue a 111,1 pontos por noite: os rebotes ofensivos. O time tem 13 por partida (lidera a NBA), mas mais que isso: a franquia lidera em percentual de rebotes ofensivos obtidos (32%). Isso faz com que a bola volte, a equipe tenha segundas chances e, aí sim, consiga converter os pontos. Este dado se explica pelo fator da camisa 12 que explico abaixo.

5) Steven Adams é excepcional -> Não é surpresa, mas o pivô neozelandês de 25 anos é o cadeado defensivo de um Thunder que confia demais nele. Jogando praticamente sozinho perto da cesta, Adams ainda consegue ter forças para registrar 15,4 pontos no ataque. Seu impacto na quadra? Ele é o segundo melhor em pontos de segunda-chance (pós-rebote ofensivo ele tem 6 pontos por partida), 4,9 rebotes ofensivos por noite e um +/- positivo de 9,9, um dos maiores de toda NBA.

JONATHAN DANIEL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

6) Formações diferentes, mesma eficiência defensiva -> Com o desfalque de Russell Westbrook, a verdade é o técnico Billy Donovan conseguiu encontrar formações distintas para manter o nível do time. O banco até que tem funcionado bem com Alex Abrines, o espanhol, Raymond Felton (quem diria…), o doidinho Terrance Ferguson, Nerlens Noel (quem diria…) e o próprio Schroder.

Destaque, também, para Jerami Grant, alçado ao time titular e responsável por ajudar Paul George na marcação do perímetro e também perto da cesta. Duas formações do OKC registram menos de 100 pontos de média por 100 posses de bola (.R. Westbrook, .P. George, .S. Adams, .J. Grant, .T. Ferguson e .P. George, .D. Schroder, .S. Adams, .J. Grant, .T. Ferguson), feito único na temporada.

A dúvida é até que ponto o Oklahoma City Thunder consegue sustentar isso ao longo da temporada. Jogando de uma maneira, digamos, quase que contra cultural em uma NBA super ofensiva, o OKC aposta em sua defesa pra desafiar o Golden State Warriors em uma eventual final do Oeste. Será que o time consegue?

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